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SURTO DE CONJUNTIVITE

Saiba o que é e como se prevenir

Os altos índices de conjuntivite no Paraná começaram a aparecer ainda no final de fevereiro em vários municípios no noroeste do Estado e espalhou-se por todas as regiões. Nesta reportagem, conversamos com um oftalmologista que falou sobre os sintomas, tratamento e recomendações.

A conjuntivite infecciosa é causada por vírus ou bactérias que provocam a inflamação da conjuntiva, membrana que reveste a parte branca do olho e a superfície interna das pálpebras.

Causada por bactérias ou vírus, a conjuntivite possui um alto nível de transmissão e ela se dá através do contato com a secreção causada pela doença e também por objetos contaminados. Sobre as formas de transmissão, o oftalmologista José Augusto Monteiro confirma que, há sim, grupos mais vulneráveis à inflamação. “Todas as pessoas estão sujeitas a desenvolverem algum tipo de conjuntivite, porém, há alguns grupos específicos, como: pessoas com alergias, com problema respiratório, diabéticas, recém-nascidos, idosos ou que tomam corticosteroides. E dentre as possíveis transmissões, estão usar maquiagem da pessoa contaminada, usar a mesma toalha ou dormir com o mesmo travesseiro, partilhar óculos ou lentes de contato, abraços/beijos, através de espirros e tosses (viral) e até em locais com alta aglomeração de pessoas”, pontuou o oftalmologista.

No caso da conjuntivite viral, o agente causador é o adenovírus, com 110 formas de manifestação possíveis – em qualquer época do ano. A doença é altamente contagiosa, mais frequente no verão e tem como principais sintomas coceira e olho vermelho. Cerca de 95% dos casos de conjuntivite são causados por algum vírus, mas pelo fato do adenovírus ser o principal, a conjuntivite viral também pode ser chamada de Ceratoconjuntivite Epidêmica. A doença pode ser causada, ainda, por diversos outros tipos de vírus, como o da herpes (HSV), varicela (VZV) ou até mesmo do HIV.

Sobre os sintomas, na conjuntivite bacteriana, os olhos ficam vermelhos, congestionados, com secreção purulenta (aspecto amarelado, grosso) que gruda nos cílios, sem lesões corneanas em geral. Já na conjuntivite viral, há muita sensibilidade à luz, lacrimejamento, olhos vermelhos e inchados, podendo haver lesão corneana. Quando a inflamação da conjuntivite viral é muito intensa, uma membrana inflamatória se forma na parte interna das pálpebras e ela só pode ser retirada por um especialista. “Caso a condição não seja tratada corretamente, a membrana pode evoluir para formação de cicatrizes na córnea, que podem diminuir a visão. A maioria dos sintomas tem início em apenas um dos olhos e, após 2 ou 3 dias, a transmissão é feita para o outro olho – na epidemia que está acontecendo no Paraná, a maioria dos casos estão acontecendo em um dos olhos”, completou José Augusto.

O oftalmologista confirma que não há tratamento específico, mas medidas podem ser tomadas em casos de infecção

O oftalmologista ainda confirma que não há tratamento específico, mas medidas que podem ser tomadas em casos de infecção. “Procure o profissional de confiança. Durante a consulta, ele examinará seus olhos e irá perguntar sobre os sintomas que você tem. Além disso, explicar a ele como a doença começou irá ajudá-lo a descobrir qual é o tipo de conjuntivite que você contraiu e o tipo de tratamento que você deverá ter. Sobre as prevenções, não use toalha ou maquiagens de outras pessoas, manter a mucosa dos olhos hidratada com lágrimas artificiais e, principalmente, sempre lavar as mãos com água e sabão ou álcool”, ponderou. “E principalmente: jamais se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico”, finalizou. A inflamação é muito comum no verão, porém, está acontecendo surto de conjuntivite em diversos municípios do Paraná.

SURTO – Os casos começaram ainda no final de fevereiro em seis cidades no Noroeste do Estado: Cianorte, Paranavaí, Marilena, Amaporã, Querência do Norte e Porto Rico – somadas, totalizam cerca de dois mil infectados. Somente em Londrina são mais de 500 casos; em Guaratuba 160 casos, em Paranaguá 13 mil e, em Medianeira até o momento, 36 notificações.

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