UROLOGIA
Cirurgia de sling para tratamento da incontinência urinária
Texto por Ana Cláudia Valério . Fotos por freepik . 9 de novembro de 2023 . 10:34
A cirurgia de sling é uma técnica realizada para o tratamento da incontinência urinária de esforço, podendo ser realizada tanto em homens quanto em mulheres. “A incontinência urinária pode ter varias causas, sendo a principal delas, a incontinência por esforço. Realizar movimentos de força, como levantar uma criança, tossir, espirrar pode causar essa perda urinária. Devemos diferenciar de outras causas de incontinência, por exemplo, que acontecem relacionadas à urgência para urinar, em que a pessoa não consegue chegar a tempo até o banheiro e acaba perdendo, ou mesmo a nictúria, que é a necessidade de levantar varias vezes para urinar. A avaliação com estudo urodinâmico no consultório do urologista poderá definir melhor qual o tipo de incontinência que a paciente tem, lembrando que o uso do sling tem indicação apenas para a perda de urina relacionada aos esforços”, esclarece o médico urologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia e da Associação Americana de Urologia, Dr. Julio Cesar M. Neme Jr.
Ele explica que a cirurgia é realizada com anestesia – geral ou espinhal – de acordo com a decisão do anestesista em relação a paciente. “O procedimento consiste no posicionamento de uma tela, através da vagina, que fica posicionada logo abaixo da uretra, dando sustentação à ela, e em conjunto com a musculatura pélvica, facilitando o fechamento da uretra, deste modo tratando a incontinência urinária. Devemos lembrar que nenhum procedimento é isento de risco e suas complicações, por menores que sejam, portanto a conversa com o médico que irá realizar o procedimento é vital para o sucesso do procedimento”, alerta o médico.
A correção com sling tem uma duração media de 10 anos, e isso vai depender da técnica cirúrgica em partes, porém é importante que a paciente realize exercícios de fortalecimento da musculatura pélvica. “Deve-se lembrar que toda região da vagina é composta de vários músculos, e assim, quanto mais fortes e mais coordenados eles forem, mais tempo a cirurgia manterá seu resultado Importante lembrar que casos de incontinência urinária leves e, principalmente em mulheres jovens, devemos insistir em técnicas não cirúrgicas para melhora dos sintomas da perda de urina. Nesse sentido, a fisioterapia pélvica é o grande pilar de tratamento não-cirúrgico, pois muitas mulheres não têm coordenação correta da musculatura vaginal e, assim, não têm capacidade de contração correta, facilitando a perda urinária. Outras técnicas como laser vaginal e até uso eventual de cremes vaginais com hormônio – nos casos de pacientes em menopausa – podem ter bons resultados”, finaliza o urologista.


Comentários