Caderno Especial Saúde

CÂNCER DE INTESTINO

Médica gastroenterologista destaca necessidade de exames preventivos

A Dra. Renata Pereira Mueller, médica gastroenterologista e endoscopista, reforça que não devemos esperar por sintomas. A prevenção é o melhor caminho.

O câncer de intestino é o segundo mais comum no Brasil, tanto em homens quanto em mulheres, atrás dos tumores de próstata e mama, respectivamente. Além disso, fica em terceiro lugar nos índices de mortalidade por câncer no nosso país. “E o mais curioso é que esse é um dos tipos de tumores mais passíveis de prevenção na população geral. É preciso que as pessoas sejam conscientizadas sobre a necessidade de exames preventivos e que eles sejam colocados em prática”, afirma a médica gastroenterologista e endoscopista, Dra. Renata Pereira Mueller.

O tipo de tumor mais prevalente de longe é o Adenocarcinoma, que pode ocorrer ao longo de todo o intestino grosso. Existem outros tipos muito mais raros de tumor que podem afetar o intestino, que incluem metástases de tumores de outras origens, Linfoma, Tumor Carcinoide, e Sarcoma de Kaposi, esse último em pessoas vivendo com HIV. “Quando ele causa sintomas, normalmente já é um tumor avançado. Ele pode causar dor abdominal, sangramento nas fezes, mudança do hábito intestinal, como constipação ou diarreia de início recente, perda de peso, mudança no formato das fezes. Mas gosto de reforçar que não devemos esperar por sintomas. A prevenção é o melhor caminho”, destaca a médica.

Nesse sentido de prevenção, Dra. Renata complementa que é recomendado que a partir de 45/50 anos todas as pessoas façam sua primeira colonoscopia, que é o principal exame preventivo de câncer de intestino e consiste em um exame endoscópico para avaliação de todo o intestino grosso, com o objetivo de detectar pólipos, que são pequenas lesões que potencialmente podem se tornar câncer no futuro. “Essas lesões já podem ser facilmente removidas durante o próprio exame. A indicação de frequência de realização de colonoscopia vai variar conforme o caso, mas normalmente não é anual, como muitos pensam. Para o diagnóstico do tumor, o exame indicado também é a colonoscopia com biópsias. Uma vez feito o diagnóstico, normalmente se solicitam outros exames complementares”, explica.

Sobre o tratamento, a gastroenterologista e endoscopista salienta que varia muito caso a caso. Há tumores tão localizados que são removidos endoscopicamente, mas para tumores mais avançados, o tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia. “As chances de cura também variam de acordo com o momento do diagnóstico. Mas o cenário geral para o tumor de intestino é mais favorável que o de muitos outros tumores, devido ao seu crescimento lento na maioria dos casos. Tumores diagnosticados precocemente tem 90-95% de chance de cura. Para tumores mais avançados, esse número reduz progressivamente”, finaliza.

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