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psicologia

Errar é humano?

Como disse Sartre: “Viver é isto: ficar se equilibrando, o tempo todo, entre escolhas e consequências”. E talvez seja este o grande aprendizado da jornada terrestre. Este ir e vir transitando entre escolhas, dúvidas e ilusões num caminho sem muito roteiro, sem muitas certezas.

Neste caminhar são inevitáveis os momentos de dificuldades, de dor, de perdas de angústias. Mas, quando o sofrimento é quase insuportável, nos colocamos diante de uma oportunidade: a de identificar aquilo que nos paralisa ou aquilo que nos faz andar em círculos.

Você já teve a sensação de estar vivendo repetidas vezes a mesma situação? Isso é muito comum e tem, muitas vezes, um longo processo até a identificação e ruptura. Demora para percebermos que estamos cometendo os mesmos erros. Demora para termos coragem de identificar que isto nos faz mal e, por fim, demora para conseguirmos nos desprender desta coleira, deste ciclo vicioso.

Tudo isto faz parte do amadurecimento do ser, do processo de individuação, afinal, a maioria das coisas pelas quais passamos são frutos das nossas próprias escolhas.

No momento em que paramos de terceirizar as responsabilidades e aceitamos a culpa pelas nossas escolhas e, por resultado, as consequências, voltamos para nós mesmos e podemos nos conhecer mais, identificar nossas fraquezas, nossas falhas e, só assim, mudar e tentar melhorar.

Errar faz parte da vida humana, da nossa evolução. Mas, o que faz a diferença e nos torna maduros é a consciência sobre nós mesmos, nossas ações e resultados sobre a vida dos outros e da nossa própria.

Muitas pessoas paralisam com os erros, ficam remoendo, se culpando. Nisto, não raro, muitos anos se passam, a vida passa, sem que a pessoa se dê conta de que está estagnada, em sofrimento, presa por uma corrente, andando em círculos. A falta de resiliência com o outro e consigo mesma a impede de seguir em frente. A rigidez do ego, a falta de maturidade emocional a aprisionam numa situação já passada, mas não superada.

Sim, errar é do humano, mas repetir os mesmos erros ou, pior, ficar preso a uma situação onde se errou ou foi lesado, só retarda o processo evolutivo do ser. Não precisamos permanecer como prisioneiros das situações passadas. Elas foram apenas um aprendizado e não uma condenação de prisão perpétua.

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Por: Camyle Hart

Jornalista e Psicóloga (Crp 08/22594)
Atendimento terapêutico (45) 99932-0666

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