Síndrome de Peter Pan
Por Camyle Hart . 8 de abril de 2021 . 10:08
Você conhece alguém que, mesmo adulto, não deixa de ter comportamentos infantis? Aquela pessoa que não abre mão do papel de filho para se tornar pai/mãe?
É aquele eterno menino, que mesmo a idade avançando, não se permite amadurecer, sente-se como adolescente e espera sempre ser atendido pelos outros. Geralmente é aquela pessoa que não resolve os problemas, ao contrário, fica lamentando, fugindo, colocando a culpa no mundo e vivendo o papel da vítima. Recusam-se a abrir mão do papel de adolescentes numa mistura de imaturidade psicológica e narcisismo.
A síndrome do Peter Pan costuma aparecer em torno dos 20 ou 25 anos, período em que a pessoa está enfrentando suas primeiras responsabilidades no mundo adulto e não tem qualquer relação com a inteligência, mas com a maneira imatura de tratar as emoções. E a causa de vermos adultos infantilizados, muitas vezes, vem da própria família e da maneira como esta trata a criança. São pais que superprotegem, deixam a criança fazer tudo o que ela quer e, assim, contribuem para a formação de adultos imaturos, que fogem dos compromissos da vida adulta.
Cada vez mais comum, vemos adultos (no sentido cronológico) que postergam a saída da casa dos pais, não buscam o mercado de trabalho, não têm projetos de vida e são incapazes de levar um relacionamento amoroso. São eternos adolescentes que carregam medos e inseguranças e culpam tudo o que acontece ao seu redor os outros, pois não se sentem parte do problema, mas sim vítimas deles. São pessoas que veem vantagem em não assumir compromissos e responsabilidades.
A Síndrome de Peter Pan, então, caracteriza-se pela imaturidade psicológica, social e emocional, além de apresentar comportamentos narcisistas, irresponsáveis e de rebeldia, que camuflam o medo da solidão, do abandono e do fracasso.
O caminho mais eficaz para tratar a Síndrome de Peter Pan é a psicoterapia, onde a pessoa irá olhar de frente para si mesma e ter consciência das suas sombras, por mais dolorosas e desconfortáveis que sejam, e, a partir de então, dar conta de ultrapassar a fase da adolescência.
“Crescer custa, demora, esfola, mas compensa. É uma vitória secreta, sem testemunhas. O adversário somos nós mesmos.” Martha Medeiros
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