DIA DA ADOÇÃO
A importância de adotar uma criança
No último dia 25 de maio foi comemorado o Dia Nacional da Adoção. Esta data visa promover debates sobre um dos princípios mais importantes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): o direito da convivência familiar e comunitária com dignidade. Quando as crianças são negligenciadas ou abandonadas por seus pais biológicos, a adoção é uma alternativa para não privar o jovem de usufruir de uma relação harmoniosa e saudável num contexto familiar e social. E como forma de simbolizar essa data, conversamos com uma mãe que recentemente adotou uma criança; falando do sonho, os trâmites, a guarda definitiva, adaptações e a importância da adoção.
Texto por TANNER/ASSESSORIA . Fotos por ARQUIVO PESSOAL . 1 de junho de 2018 . 14:05
Quando ainda estava na adolescência, a nutricionista medianeiremse Kelen Nadaleti desejava ter um filho adotivo. E ao conhecer seu marido Oscar Bernabé, que já tinha três filhos, cogitaram a ideia de adotar uma criança. Tomada a iniciativa, Kelen relembrou como tudo aconteceu. “Tínhamos como única opção adotar uma menina, pois o Oscar já tinha três meninos. Pedimos uma criança de até seis meses, independente de sua condição. Oito anos atrás, entramos com pedido de adoção. Como a espera era longa, já havia passado mais de dois anos, quase estava desistindo desse sonho. Com isso, amadurecemos a ideia e decidimos adotar uma criança de até cinco anos. Algum tempo depois, o Fórum entrou em contato conosco avisando que seríamos os próximos da lista de adoção – combinando com o perfil que pedíamos”.
Após receber a notícia, durante um mês, o casal foi até a Casa Abrigo fazer visitas diárias para conhecer melhor a pequena, interagir, criar vínculos, ter os primeiros contatos com a futura filha. A nutricionista confirma que a experiência foi gratificante e que todos da família adaptaram-se muito bem. “Há pouco tempo tivemos a guarda definitiva da Isabelli. Durante a audiência com a Vara da Infância e da Juventude, o Juiz pediu à psicóloga sobre a adaptação da criança conosco. E ela disse ‘foi a mais tranquila que já vi nestes últimos anos’. Foi algo emocionante, porque é como se a pequena fosse minha filha de sangue, e sua adaptação no novo lar foi muito tranquila. Ela nos adotou, aos irmãos, avós, é um encanto de pessoa”, ponderou Kelen.
A mãe ainda acrescentou que, apesar do tempo que levou até a criança ser acolhida pela família nova, valeu a pena esperar. “O processo é bem burocrático pela quantidade de documentos exigidos, cursos, reuniões com profissionais da saúde e da justiça; mas o que mais vale nessa hora é a persistência. Quando sei que algum casal quer adotar crianças, incentivo-os a não desistirem por causa do caminho longo. É algo que realmente muda a vida da família”, concluiu.
NÚMEROS – Neste 25 de maio, Dia Nacional da Adoção, cerca de oito mil crianças no Brasil estão aguardando por este momento. No entanto, cinco mil inscritas no Cadastro Nacional de Adoção estão totalmente disponíveis para integrar um novo lar. As demais ainda têm vínculos com as famílias de origem, situação que possibilita recursos que podem inviabilizar o processo. Esse número, porém, é um pouco mais de 10% das crianças que vivem hoje em abrigos. Segundo levantamento do CNJ, são cerca de 50 mil crianças e adolescentes morando longe de seus parentes biológicos e ainda distantes de lares definitivos, porque estão em um limbo judicial, à espera da conclusão do processo de destituição familiar.
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