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Tiro de Guerra de Medianeira, há 25 anos formando líderes

Entregando a sociedade mais uma turma de jovens líderes, o Tiro de Guerra 05-018 de Medianeira formou, no último sábado (25), 46 novos atiradores, que foram selecionados para conhecer e participar do Exército Brasileiro, tendo a oportunidade de adquirir valores, disciplina, conhecimento, amizades e parcerias que irão levar para a vida toda

O serviço militar, apesar de obrigatório para quem completa 18 anos, no Tiro de Guerra é uma oportunidade de enriquecimento pessoal. O Tiro de Guerra 05-018 de Medianeira, atualmente comandado pelo Subtenente Jovane Thomaz Trindade, não tem apenas o foco de formar militares de carreira, mas principalmente de produzir lideranças locais, impulsionando o desenvolvimento humano em áreas de interesse da sociedade, além, é claro, das atividades civis e militares.

A formação é realizada em um período de 40 semanas, com instruções militares das 5 às 7h da manhã, visando conciliar o trabalho e estudo com a vida cotidiana e serviço à pátria, servindo também como instituição de ensino, onde o jovem tem a oportunidade de desenvolver técnicas e habilidades que serão usadas ao longo da sua vida. Este ano a tropa encerrou o ano com números expressivos, com mais de nove toneladas de alimentos arrecadados e 22 mil peças de roupas recolhidas, além de móveis e colchões, que foram destinados a instituições do município e também a famílias atingidas pelas enchentes.

João Vitor De Padua ou Cabo De Padua foi o monitor destaque do ano, escolhido em votação entre os companheiros como Praça Distinta e Melhor Atirador Combatente, recebendo a medalha de honra, reconhecimento pelo conjunto de atividades realizadas durante o ano. São inúmeras ações sociais, que são encaradas como missão, onde o jovem tem a oportunidade de desenvolver atividades como campanha de arrecadação de alimentos e roupas, apoio a eventos, entidades e instituições, ou em situações de crise como a enchente que tivemos a poucos dias.

A partir de todos os treinamentos de tiro, são selecionados os melhores classificados em trabalhos com armamento, que participam de uma competição final para a escolha do melhor atirador da tropa. “Recebo este reconhecimento como melhor atirador combatente e atirador destaque do ano com muita honraria. Com certeza foi um ano de bastante aprendizado, um ano de civismo e liderança, pilar principal do Tiro de Guerra, que é formar militares de segunda categoria. A convivência que tive com meus companheiros serve justamente para pôr em prática tudo aquilo que nós aprendemos na teoria. No meu caso, que participei do curso de formação de cabo (CFC), somos instruídos a desenvolver liderança, com pequenas atitudes para alcançar grandes objetivos, nós monitores lideramos grupos de combate de atiradores e gradativamente aprendemos a instruir e comandar nossa tropa. Ganhamos ferramentas para nos desenvolver, tanto no autoconhecimento, como também nas relações interpessoais. Eu e um companheiro de farda, por exemplo, estamos criando uma empresa de marketing digital, com ferramentas que aprendemos aqui. Também temos outros exemplos de companheiros que criaram juntos uma empresa de vídeo maker e outros uma franquia de roupas. Com o conhecimento que adquirimos, temos mais facilidade para alcançar nossos objetivos pessoais e nossos sonhos. Recebo esta medalha com muita gratidão, muito feliz, fruto de muito trabalho, não só meu, mas do nosso comandante, dos demais monitores e toda tropa,” afirma o Cabo De Padua.

Destaque na área de gestão financeira e logística, o atirador Samuel Zanette Rogais comentou: “Primeiramente eu não fui voluntário para servir, sempre tive um certo medo, olhava o exército como uma coisa ruim. Quando entrei aqui, o Subtenente, em pouco tempo, observou que eu tinha potencial para a área de finanças, pois eu já trabalhava como professor de matemática. Aos poucos fui instruído a assumir as atividades que envolviam números, como os coquetéis e formaturas que tivemos, fui eu quem gerenciou tudo, hoje sou o tesoureiro oficial do TG.  Além desta função, destaco as inúmeras atividades que realizamos durante o ano, como a campanha do agasalho que para mim serviu também para perder um pouco a timidez e vergonha que eu tinha de me comunicar com as pessoas. Sem dúvidas vou levar para minha vida pessoal, principalmente as amizades que fiz aqui. Antes do Tiro de Guerra eu sempre fui muito reservado, nunca tive tantos amigos, aqui nos tornamos uma grande família, pela convivência e dificuldades que enfrentamos juntos durante essa passagem”, finaliza.

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