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Entre Soccer, futebol e NFL

Assisti nesta semana ao filme produzido pelos norte-americanos sobre a vida de Pelé, até a conquista da primeira Copa, em 1958, na Suécia. Confesso que fiquei um pouco curioso sobre alguns fatos que estão na história. Depois descobri que muito do filme é pura ficção. Mas tem muito de realidade também. O filme fala da rivalidade entre Mazzolla e Pelé, que nunca existiu. O filme mostra a humilhação feita pelo técnico da Suécia numa entrevista coletiva, que na realidade também não aconteceu. Coisas de Hollywood. Mas por outro lado, mostra a questão “racismo”, evidente quando se trata de um time que em seu plantel têm negros e que lutam para conquistar seu espaço.

Mesmo assim, em alguns momentos, a trajetória do garoto que com 17 anos virou titular da seleção brasileira, chega a emocionar. Uma delas é ver que a mãe de Pelé, dona Celeste, resistiu admitir o gosto pelo futebol de seu filho talentoso. Mas se rendeu ao perceber que a felicidade também pode estar nas pequenas coisas, como jogar futebol. E futebol é alegria. A seleção brasileira vinha de uma derrota medonha em 1950 na final contra o Uruguai em pleno Maracanã e a pífia apresentação na Copa de 1954. E muito se falou sobre a necessidade de abandonar o futebol malicioso e com muita ginga dos brasileiros e começar a adotar o que os europeus estavam fazendo. Prevaleceu o bom senso. A ginga venceu os europeus em grande estilo e o Brasil faturou a Copa num espetacular 5 x 2 contra a Suécia na final, consagrando um jovem de 17 anos que ficou conhecido como Pelé. Só os norteamericanos não querem chamar de futebol esse esporte tão popular no mundo todo e que tem o mesmo nome. Por lá eles dizem ser o “soccer”. Futebol de americano, aliás, se joga com uma bola ovalada. E foi no final de semana passado que aconteceu a grande final no chamado Super Bowl. E outra vez, Tom Brady ficou com o título junto com seu New England Patriots. O que chama atenção aqui é o desempenho desse californiano de 42 anos, que tem a força de um “guri” em início de carreira e, que já avisou, vai continuar jogando. Foi um show. Estádio lotado e um espetáculo que o mundo inteiro viu. Serve de exemplo.

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Por: João Hermes

Radialista e cronista esportivo do Jornal Mensageiro desde 1985.

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