“O tempo perguntou pro tempo;

Quanto tempo o tempo tem?

E o tempo respondeu pro tempo;

Que o tempo tem o tempo que o tempo tem.”

Essa semana me peguei pensando no significado desta quadrinha tão famosa, utilizada em exercícios fonoaudiológicos nas escolas e também em aulas de teatro – que diga-se de passagem é minha praia – e fui descobrir que na mitologia grega – pra variar – existem duas palavras para definir o tempo, KRONOS E KAIRÓS, que segundo conta a mitologia eram deuses – porém não entrarei nesse mérito que não é o objetivo de hoje – esses deuses tinham funções distintas com relação a sua interferência na vida dos humanos, no que diz respeito ao tempo. Enquanto Kronos era implacável, determinava a passagem do tempo cronológico ou linear, o tempo inexorável, infindável e inevitável que a tudo devora com avidez – como Kronos fez com seus filhos segundo a mitologia Grega – Kairós era o tempo das realizações, o tempo específico, sem relação com o passado ou futuro, o tempo oportuno, simbolizava o melhor momento, onde se poderia afastar o caos e abraçar a felicidade – até me arrepiei agora. As diferenças entre os dois são muitas, mas o que quero destacar é que enquanto um “devora” nossos dias, meses e anos, o outro possibilita que vivamos momentos especiais que marcam e valorizam a nossa existência. Esses momentos podem durar dias, meses ou anos, dependerá de como cada um de nós vive a sua vida, se focados apenas em construir coisas materiais ou em construir relacionamentos verdadeiros.

Bom a nossa relação com o tempo é muito relativa, senão vejamos: para uma criança o dia é muito longo, dá tempo de estudar, brincar, ajudar em casa e ainda sobra tempo pra dormir. Para o jovem o dia já não é tão longo assim, mas dá tempo para estudar, passear, praticar algum esporte, namorar e ainda dormir um bom tanto. Já para um adulto o dia é muito curto, mal dá tempo para trabalhar, comer e dormir.

Como pode ser se o dia tem as mesmas 24 horas.

Bem, na infância fazemos poucas coisas por obrigação e muitas por prazer, e com o passar do tempo vamos invertendo esses valores, e chega um tempo em que fazemos muitas coisas por obrigação e poucas por prazer. Aí a nossa relação com o tempo passa a ficar mais complicada, pois, passamos a nos preocupar com o tempo de Kronos, o do relógio, temos hora pra tudo, sem aproveitar o tempo de Kairós, o de ser feliz. Temos que buscar a felicidade durante toda a jornada, não apenas no destino, precisamos observar o caminho e colher as flores, para entregarmos a quem nos espera na chegada. O tempo que foi não volta, então é nossa obrigação aproveitar todo nosso tempo que ainda teremos.

Você deve estar se perguntando, por que esse assunto? – Eu respondo: amanhã é meu aniversário, eeeeehhhh! Parabéns para mim – por essa razão fiquei pensando quanto tempo eu já tenho?

Muito bem vamos lá: eu completo 52 anos, ou seja, 624 meses, 2.711 semanas, 18.980 dias, 455.520 horas, 27.331.200 minutos e 1.639.872.000 segundos de vida – meu Deus acho que tô ficando velho – Brincadeira minha gente, ainda tenho muito tempo pela frente – olha só eu já disse várias vezes que não fiz uma porção de coisas porque não tive tempo, errei feio, na verdade eu não soube aproveitar todo esse tempo que tive.

E você? Quanto tempo você já tem? Deixou de fazer alguma coisa por falta de tempo?

VAI LÁ! CORRE QUE AINDA DÁ TEMPO.