ECONOMIA
Paraná apresenta sinais de retomada econômica mais forte
Texto por AEN . Fotos por Divulgação AEN (Fernando Ogura/Arnaldo Alves/Gilson Abreu) . 6 de março de 2019 . 15:46
O Paraná dá sinais de retomada econômica mais forte que a do País no início deste ano. É o que apontam os primeiros indicadores sobre 2019 já divulgados pelos órgãos oficiais. Com aumento de 14,6% na abertura de empresas e criação de 9,1 mil novos empregos formais em janeiro, o que representa 26,6% do total nacional de 34.313 vagas, a renda média dos trabalhadores subiu.
Este cenário favorável injetou maior volume de dinheiro na economia estadual e ampliou as operações de crédito, enquanto o nível de inadimplência caiu.
Segundo dados do Banco Central, o saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) no Estado atingiu R$ 225,9 bilhões em janeiro, um aumento real (descontada a inflação) de 3,7%, comparado ao primeiro mês de 2018, e bem acima do crescimento brasileiro de 1,2%. “A economia do Paraná vem apresentando uma retomada mais vigorosa que a média da nação”, afirma Julio Suzuki Junior, diretor de Pesquisa do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), ressaltando que isso decorre da expectativa positiva dos consumidores e agentes produtivos.
PESSOAS JURÍDICAS – As operações de crédito para pessoas jurídicas – como empréstimos e financiamentos de capital de giro e incentivo à produção e exportação – no Paraná somaram R$ 87,1 bilhões em janeiro, um avanço real de 2,7% – contrastando com o declínio de 2,7% no País. “As empresas paranaenses vislumbram no Estado uma condição mais favorável para efetivação de novos negócios”, aponta Suzuki.
PESSOAS FÍSICAS – Já a concessão de crédito para pessoas físicas – como empréstimos e financiamentos para aquisição de veículos, imóveis e outros bens, cartão de crédito, cheque especial, crédito pessoal e consignado – totalizou R$ 138,8 bilhões, um aumento de 4,4% – quase igual à alta nacional (4,5%). “A contratação de volumes maiores de crédito pelos consumidores paranaenses deriva da melhor condição do mercado de trabalho”, diz Suzuki. “O maior consumo garante, posteriormente, um melhor contexto de emprego que, por sua vez, gera novamente mais consumo. É o círculo virtuoso que pode redundar em taxas de crescimento econômico no Paraná mais pronunciadas que no Brasil”, projeta o diretor do Ipardes.
INADIMPLÊNCIA – As estatísticas do Banco Central mostram ainda quedas expressivas nas taxas de inadimplência em janeiro deste ano, em relação ao mesmo mês de 2018. No total das operações de crédito do SFN no Paraná, o índice caiu 20,6%, de 3,05% para 2,42%. A taxa de inadimplência das pessoas físicas recuou 10,9% (de 2,66% para 2,37%) e a das pessoas jurídicas reduziu 31,2% – de 3,65% para 2,51%. “Mesmo em um contexto de maior endividamento, os consumidores paranaenses vêm conseguindo arcar com seus compromissos financeiros. É um processo de investimento que não vem penalizando demasiadamente os orçamentos familiares”, analisa Suzuki. A metodologia do BC considera inadimplente qualquer dívida com mais de 90 dias de atraso.
Governador firma parcerias para atração de novos negócios
Em dois meses de mandato, o governador Carlos Massa Ratinho Junior já firmou algumas parcerias com objetivo de atrair novas empresas que gerem mais emprego e renda no Estado.
No dia 14 de fevereiro, o governador assinou um protocolo de intenções com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) visando um trabalho integrado com a Paraná Desenvolvimento, agência responsável pela prospecção de novos negócios ao Estado, para fortalecer o setor industrial paranaense no cenário nacional e internacional.
No dia 19, no evento de lançamento do novo modelo da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o governador afirmou que o Paraná está aberto a investimentos produtivos nacionais e de outros países e que o Governo do Estado colabora e apoia pequenos, médios e grandes empresários para que gerem mais empregos e movimentem a economia.
Ratinho Junior já declarou que o objetivo é desenvolver as habilidades regionais do Paraná e identificar novas vocações. A viagem do governador ao Vale do Silício (EUA), na semana passada, é outra iniciativa voltada a transformar o Estado em um grande polo tecnológico, com a criação de startups para o setor agropecuário. Além de conhecer cases inovadores, foram firmados acordos de cooperação técnica, capacitação, transferência de tecnologia e inovação.
Número de empresas, vagas de emprego e renda crescem
EMPRESAS – A Junta Comercial do Paraná (Jucepar) registrou a abertura de 3.303 empresas em janeiro de 2019. Este número representa um incremento de 14,6% em relação ao total contabilizado em igual mês do ano passado (2.881).
EMPREGOS – O Paraná abriu 9.145 novas vagas no mercado formal de trabalho em janeiro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. É o segundo melhor resultado para janeiro desde 2015 e representa um incremento de 0,35% em relação ao estoque de trabalhadores celetistas em dezembro, que era de 2,6 milhões de pessoas. O crescimento nacional foi de 0,09%.
RENDA – Os dados do Caged indicam que o salário médio de admissão para emprego formal celetista no Estado foi de R$ 1.574,68 em janeiro. Isso representa uma alta real (deflacionada pelo INPC) de 0,58% em relação a igual mês do ano passado, que foi de R$ 1.565,66. É a quinta maior remuneração de ingresso no mercado de trabalho brasileiro, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
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