Pedro Soccol, um gaúcho nascido em 1925 no distrito de Serafina Corrêa- município de Guaporé (RS), chegou a Medianeira em 24 de agosto de 1950, aos 25 anos de idade, para atuar como um dos diretores da empresa Colonizadora Industrial e Agrícola Bento Gonçalves. Pedro nunca se casou e desde que chegou a Medianeira dedicou a sua vida para o desenvolvimento econômico e político do município.

Pedro também foi um dos responsáveis pelo planejamento urbano da cidade, elaborando o traçado do município em formato de X, no qual as duas diagonais – Avenida Pedro Soccol e José Callegari se convergem tendo como ponto de encontro central a Praça Ângelo Darolt.

Outra grande contribuição de Pedro Soccol para Medianeira foi a doação de terrenos para a construção de obras de interesse popular, como a Igreja Matriz, o “Colégio das Irmãs”, além da área para a construção do Clube União. Com essas três áreas, completava parte da infraestrutura considerada essencial para a formação de um núcleo populacional: religião, educação e lazer.

Pedro Soccol também lutou pela emancipação de Medianeira e viabilizou a vinda de um frigorífico para a cidade, porque sabia que atrairia muitos moradores a procura de emprego, e ele estava certo. Além disso, também se mobilizou para trazer médico e hospital para cidade. E, com essas ações, completava a outra tríade da organização de colonização do período: política, emprego e saúde.

Entre seus feitos estão muitos outros, mas é importante destacar que sua participação na sociedade medianeirense foi pautada no respeito e na ajuda mútua. Pedro faleceu no dia 15 de agosto de 1998, foi velado por duas horas na Câmara de Vereadores e depois o corpo foi transladado para Serafina Corrêa (RS), sendo sepultado no mausoléu da família. Sua trajetória está marcada em Medianeira como pioneiro e colonizador.

Quando falamos em “pioneiro” e “colonizador”, estamos nos referindo ao fato de ter sido um dos primeiros a chegar no local e realizar mudanças significativas na paisagem, entretanto é crucial destacar que suas realizações integram um trabalho coletivo. Cada morador que aqui chegou tem um “pedacinho” da nossa História para ser contada. Há aqueles que como Pedro Soccol ganhou uma repercussão maior, porém em nada desmerece o trabalho de todos que estiveram presentes no início da colonização. Relembramos alguns personagens, mas todas as memórias e histórias dos pioneiros importam, independente de sua condição financeira. Por isso, a Casa da Memória de Medianeira está sempre de portas abertas para receber todos os medianeirenses, que queiram deixar suas histórias registradas e compartilhadas com todos.

A Casa da Memória Roberto Antonio Marin de Medianeira é a guardiã das memórias do município, um espaço dedicado à documentação, pesquisa e resgate do Patrimônio Cultural.

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