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Memórias

MEMÓRIA

Mais de um século de história

Data de publicação original: 27/06/2024

Número da edição original: 2316

Há 71 anos, em junho de 1953 chegava a Medianeira o casal Osório Pasqual Fellini e Oliva Ema Argenta Fellini. Osório (in memoriam) foi diretor da Colonizadora Bento Gonçalves, Oliva Fellini, pioneira e uma pessoa sempre ativa na comunidade medianeirense. Nesse mês de junho, hoje, dia 27, ela completa 101 anos, mais de um século de histórias e memórias. Para alguns, uma mulher de personalidade forte, para outros uma pessoa que sempre esteve à frente de seu tempo, realizando trabalhos em prol da comunidade. Em 2016, recebeu o título de Cidadã Honorária de Medianeira da Câmara Municipal de Vereadores por suas atividades prestadas à população.

Oliva Fellini completa 101 anos hoje, 27 de junho. Sua história se confunde com a História de Medianeira

Para compor o documentário da exposição “ORIGEM – Raízes históricas da colonização de Medianeira”, em cartaz na Casa da Memória Roberto Antonio Marin, Dona Oliva foi entrevistada e, em seu depoimento, relata como era a vida aqui e as dificuldades enfrentadas pelas famílias na década de 1950.  Quando chegou na “Vila”, sua casa já estava pronta, localizada na Avenida Bento Munhoz da Rocha, hoje, Avenida Brasília, onde está edificada a Imobiliária Fellini, fundada por seu marido. Haviam apenas seis casas na Avenida, muito mato, mosquito, estradas de terra que deixavam o clima empoeirado em dias de vento e com muita lama em dias de chuva, a ponto de nenhum veículo conseguir transitar, a não ser o jipe da colonizadora e os tratores, que frequentemente precisavam “desatolar” os veículos que passaram pela Rodovia Federal, hoje BR 277.

As dificuldades enfrentadas eram muitas, desde o lavar roupa no rio, cozinhar, a falta de água, energia elétrica e até mesmo conseguir comprar alimentos. Durante as primeiras décadas em Medianeira, não havia mercados para abastecer os moradores, por isso, as pessoas se deslocavam até a fronteira com a Argentina para comprar alimentos e lá faziam o “rancho” do mês. Oliva Fellini foi a primeira mulher a dirigir em Medianeira, ela nos contou que era motorista de muita gente na cidade. Sempre que precisava ir para Foz do Iguaçu ou para Argentina fazer compras, especialmente de farinha de trigo, era ela que enchia a Kombi e levava o pessoal.

Uma doceira de mão cheia! Foi ela que fez o bolo para o primeiro casamento da cidade. Em seu depoimento, Dona Oliva afirma que fazia bolos e doces para as festas da comunidade, de aniversário e de casamentos. Na maioria das vezes, as pessoas encomendavam os bolos, mas muitas outras, ela mesmo fazia por conta e presenteava amigos, conhecidos e a Igreja. Colaborou durante muito tempo como voluntária em trabalhos religiosos em Medianeira. Dona Oliva relata ainda que ajudou muita gente, doando alimentos aos necessitados e, muitas vezes, oferecia sua geladeira para que os vizinhos guardassem carne para não estragar, já que o eletrodoméstico era um artigo de luxo e poucas pessoas tinham condições de ter.

Esse é apenas um pequeno trecho da sua entrevista e um breve resumo de mais de dez décadas de experiências. Suas memórias são particulares, mas entrelaçadas com a memória coletiva da sociedade. Representa uma grande importância para a construção da História de Medianeira e assim como a história de Oliva Fellini possui significados, a sua história também. Quando elas passam a fazer parte dos arquivos da Casa da Memória tornam-se coletivas, perpassam o tempo e contribuem para que as futuras gerações conheçam suas origens.

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A Casa da Memória Roberto Antonio Marin de Medianeira é a guardiã das memórias do município, um espaço dedicado à documentação, pesquisa e resgate do Patrimônio Cultural.

Rua Argentina, nº 1546, Centro (antiga Prefeitura), Medianeira/PR
(45) 3264-8602
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