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Memórias

MEMÓRIA

Namoro vigiado

Data de publicação original: 04/04/2024

Número da edição original: 2304

Nas primeiras décadas de colonização de Medianeira haviam poucas opções de lazer para os moradores. Era comum se reunirem nas casas dos vizinhos para “matear”, comer pipoca, bolacha pintada ou grostoli. Claro que não podia faltar os jogos de futebol, mas a diversão mais esperada eram os bailes no Clube União. Esse teve sua construção iniciada no ano de 1957 e era entretenimento garantido para os jovens, principalmente para aqueles que estavam solteiros e os “enamorados”.

Nos relatos da pioneira Nair Caporal Bazzi, descobrimos que o namoro na década de 1960 se distinguia consideravelmente do contexto atual. Em seu depoimento, “Naira”, como era carinhosamente chamada, descreve que os casais da época raramente desfrutavam de momentos a sós. Para frequentar bailes, por exemplo, só poderiam ir se estivessem acompanhados pelos pais, que permaneciam vigilantes durante o tempo todo.

Momento de lazer durante o Baile no Clube União, onde estavam reunidos Nair Caporal Bazzi e seu futuro esposo, Adinarth Bazzi, sua irmã Leinira Caporal e Diomir Diamantino Ceratti, além da sua mãe Sabina Casagrande Caporal, acompanhando as filhas nos bailes como era costume no período

Mesmo com a presença dos pais durante as conversas de namoro, os jovens se conheciam, se apaixonavam e realizavam casamentos com grandiosas festas. A imagem abaixo registra a chegada dos noivos Adinarth Bazzi e Nair Caporal Bazzi em sua festa de casamento em 1961, realizada na primeira Churrascaria de Medianeira, localizada na Avenida 24 de Outubro com a Rua Paraguai. Já a cerimônia religiosa foi realizada na primeira Igreja Católica, na Av. Brasília, onde hoje está edificado o Banco do Brasil. Em segundo plano é possível observar a “Estrada Federal”, hoje a BR 277.

Essas são algumas das memórias compartilhadas conosco pela pioneira Nair Caporal Bazzi, que infelizmente faleceu no último domingo, 31 de março de 2024. Enquanto lamentamos a perda de sua presença física, encontramos na leveza de seus relatos um pedaço de sua jornada e o conforto no conhecimento de que suas experiências permanecerão imortais. Afinal, elas serão cuidadosamente preservadas nos arquivos da Casa da Memória Roberto Antônio Marin, guardiã incansável das histórias que moldaram e constituíram Medianeira.

Chegada dos noivos Adinarth Bazzi e Nair Caporal Bazzi em sua festa de casamento em 1961, realizada na primeira Churrascaria de Medianeira
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A Casa da Memória Roberto Antonio Marin de Medianeira é a guardiã das memórias do município, um espaço dedicado à documentação, pesquisa e resgate do Patrimônio Cultural.

Rua Argentina, nº 1546, Centro (antiga Prefeitura), Medianeira/PR
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