M

Memórias

MEMÓRIA

Revolta de 61

Data de publicação original: 04/07/2024

Número da edição original: 2317

Até a primeira metade do século XX, as terras pertencentes a região oeste do Estado do Paraná eram consideradas terras “devolutas”, ou seja, pertenciam ao governo. Embora nossa região fosse povoada por indígenas, o governo do Estado realizava concessões de terras a empresas colonizadoras para que elas fossem comercializadas. A questão é que o governo realizava concessões de terras a mais de um proprietário, gerando conflitos em diversas regiões. Outro grande problema é que não havia um controle sobre essa região e era comum aparecer grileiros e oportunistas que negociavam as mesmas terras mais de uma vez.

Memorial 2 de Julho. Homenagem aos colonos que lutaram na “Revolta de 61”, para oficialização da posse de suas propriedades

Em julho de 1961, a Gleba Silva Jardim, onde se localizavam as comunidades de Flor da Serra e Jardinópolis (áreas pertencentes ao município de Medianeira nesse período) foi palco de conflitos e disputa pela posse de terras, envolvendo agricultores, a Colonizadora Alto Paraná, Colonizadora Bento Gonçalves e a Colonizadora Matelândia. Nos dias 1º e 2º de julho de 1961, cerca de 50 policiais e jagunços entraram em confronto armado contra cerca de 200 agricultores que diziam ter a posse das terras, dando origem ao conflito denominado “Revolta de 61”.

O número de mortes ocasionadas nesse conflito é bastante controverso e varia conforme os relatos dos envolvidos, das reportagens e dos documentos oficiais do período. Apesar do confronto armado, de um modo geral, o resultado desse conflito foi positivo para os agricultores que, mesmo com medo e insegurança, puderam permanecer nas terras e dar continuidade ao trabalho no campo.

Osvaldina Riboldi, pioneira e moradora de Serranópolis do Iguaçu, vivenciou a “Revolta de 61”, e compartilhou suas memórias conosco no documentário “ORIGEM- Raízes históricas da colonização de Medianeira”

O processo de regularização das terras foi lento, apenas em 1967 foi designado o “Sargento Saldanha” para atuar como agente do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária – IBRA, (hoje o INCRA-Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e regularizar a situação. Em uma atuação bastante enérgica, pois há quem diga que ele tinha autonomia para fazer o que quisesse, tanto deixar os agricultores em suas terras, como tirá-los delas conforme seu interesse.

Nosso papel como Casa da Memória é contribuir para a preservação das memórias e histórias que compõem nossa sociedade. Preservamos fontes e documentos históricos para que pesquisadores, memorialistas e qualquer pessoa interessada possam ter acesso a eles.

Acesse o QR Code e nos conte sua história!

 

 

 

 

 

 

 

 

A Casa da Memória Roberto Antonio Marin de Medianeira é a guardiã das memórias do município, um espaço dedicado à documentação, pesquisa e resgate do Patrimônio Cultural.

Rua Argentina, nº 1546, Centro (antiga Prefeitura), Medianeira/PR
(45) 3264-8602
www.casadamemoriademedianeira.com.br
Horário de funcionamento: de segunda à sexta das 08h30min às 12h e das14h às 17h30min, aos sábados das 13h às 17h

 

Comentários