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Nosso Povo

A História é dela

Deus coloca anjos na nossa vida para tornar a jornada mais fácil e feliz. E está sendo assim com a Fran. No nosso desafio de colocar em prática o sonho da Casa da Memória Roberto Antonio Marin, de Medianeira, ela tem sido o meu ponto de equilíbrio. Eu acelerada, ela a calmaria.

Historiadora por formação, iniciou a graduação em 2004 na Universidade Estadual do Oeste do Paraná. “Em 2007, iniciei uma investigação sobre a loucura e a assistência psiquiátrica, de início sobre um hospital psiquiátrico em Marechal Cândido Rondon para elaboração da monografia de conclusão de curso. Posteriormente, em 2008 ingressei no curso de Mestrado na mesma instituição, dando continuidade a pesquisa sobre assistência psiquiátrica no Estado do Paraná. Foi o ano em que conheci meu marido, pessoa maravilhosa que apoiou todas as minhas decisões, um verdadeiro companheiro que sempre esteve e está ao meu lado. Em 2010, vim morar com ele em Medianeira e foi também neste ano, que comecei a trabalhar como professora. Já dei aula em Medianeira, Itaipulândia, São Miguel do Igual, Missal, em colégio público, privado, educação do campo, jovens e adultos e também na escola indígena”, relembra Franciele Aparecida de Araujo.

No ano de 2013, o voo foi mais longe, ela elaborou um projeto de doutorado e foi aprovada para o curso de Doutorado em História na Universidade Federal de Uberlândia – UFU, concluído no início de 2018. “Em 2015 fui aprovada no concurso público para professora do Estado do Paraná, lecionando a disciplina de História. Foi neste ano também que passei pela experiência mais incrível da minha vida: o nascimento da minha filha em um lindo parto domiciliar. Experiência transformadora a qual passei desejar que todas as mulheres tivessem um parto tão lindo como foi o meu”, recorda.

E por falar em família, a dela merece ser apresentada. É filha de Aparecido Vieira de Araujo e Vanilda Rodrigues de Almeida Araujo, um casal que eram pequenos agricultores e com o trabalho e muito esforço, tornaram-se microempresários do ramo têxtil. “Sou a filha do meio. Minha irmã mais velha chama-se Oneida, tem 41 anos e meu irmão mais novo, Valmir, tem 34 anos. Sou esposa de Rudy Nick Vencatto, morador de Medianeira, filho de uma das pioneiras do município e do ex-jogador de futebol Rui Vencatto. E a parte que mais me encanta falar, sou mãe de uma linda menina de oito anos de idade, Heloisa Araujo Vencatto, que enche nossas vidas de alegria e entusiasmo”, celebra Fran.

Ela que nasceu em Iporã-PR, em 12 de outubro de 1986, conta que sua infância foi de poucos recursos, mas muito abençoada. “Morei no sítio até os meus 19 anos e quando era criança tive liberdade de correr, brincar e fazer ‘expedições’ (como costumávamos chamar) pelos sítios, rios e as áreas de vegetação que tinha próximo a minha casa. Eu gostava de brincar com meus amigos no sítio: jogar futebol nos campinhos que meu pai improvisava em meio às pastagens, brincava de esconde-esconde, betz, pega-pega, bolita”, relembra com carinho.

Franciele afirma que se chegou onde está, é porque sempre teve uma base familiar forte a apoiando. “Embora meus pais tenham pouco estudo, sempre me incentivaram a estudar e procurar melhorar de vida. Agradeço muito a eles pela educação, por todo amor e carinho que me deram todo esse tempo”, agradece.

Voltando para a vida do trabalho, em 2023 surgiu a oportunidade de trabalhar como historiadora na Casa da Memória Roberto Antonio Marin. E foi neste momento que nossas vidas se cruzaram. “Não imaginei que seria tão prazeroso. Na Casa da Memória, tenho a função de pesquisar, investigar, reunir e catalogar as fontes históricas, como por exemplo, fotos, objetos e depoimentos orais de pioneiros e da população medianeirense. O objetivo da Casa da Memória é ser guardiã da nossa memória e se tornar um espaço de referência em acervo histórico da região. “E fomos além. Em conjunto com minha parceira de trabalho, Ana Cláudia Valério (a pessoa mais incrível e mais competente que já conheci na vida), nós também organizamos a exposição ‘ORIGEM – Raízes históricas da colonização de Medianeira’, sobre as duas primeiras décadas da História de Medianeira, realizamos encontros e eventos temáticos chamados “Café com Memória”. Já ocorreram três: sobre o Carnaval, Patrimônio Cultural e o último sobre a conquista da Taça Paraná de Futebol Amador em 1972. O Café com Memória é um encontro legal e muito emocionante, onde reunimos pessoas relacionadas às temáticas específicas, para que compartilhem suas fotos, memórias e suas histórias. Assim, conseguimos ampliar o acervo documental da Casa da Memória, ao mesmo tempo que proporcionamos um bate-papo entre os participantes, momentos de alegria e de boas lembranças das experiências vividas”, explica a historiadora.

Como a vida não é só trabalho, Franciele conta que encontrou na Corrida de Orientação uma prática esportiva para tirá-la da rotina e do estresse do dia-a-dia. “A Corrida de Orientação é um esporte incrível, que nos proporciona uma corrida cheia de adrenalina, com um mapa e bússola em mãos, percorrendo florestas e áreas de vegetação em terrenos desconhecidos, no qual você escolhe qual caminho quer seguir. Já fui campeã na minha categoria em diversos campeonatos regionais, estaduais, nacionais e internacionais”, comenta.

Para o futuro, a fala dela não me surpreende e me enche de orgulho. “Só espero coisas boas em minha vida, tanto na vida pessoal como profissional, talvez quem sabe encontrar outros rumos e novos desafios. No momento, também estou buscando informações e leituras sobre outras temáticas relacionadas a conhecimentos que proporcionem bem estar emocional e espiritual para mim e para as pessoas que estão à minha volta. Tentando caminhar para me tornar uma pessoa cada vez melhor, com uma vida mais equilibrada, mais simples, com menos estresse, levando comigo o amor e a paz. Quero poder viajar muito, conhecer lugares diferentes e mágicos. Já realizei muitos sonhos, conquistei coisas que nunca imaginei que conquistaria, mas ainda tenho muitas coisas para fazer e realizar em minha vida, só espero que Deus continue me proporcionando a oportunidade de viver, evoluir e continuar experimentando coisas maravilhosas. E o meu desejo é que todos tenham mais amor e gratidão em suas vidas”, finaliza.

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Por: Ana Cláudia Valério

Mestre em Educação, Especialista em Docência no Ensino Superior e graduada em Comunicação Social – Jornalismo. Tem experiência em Jornalismo nas áreas de Televisão, Assessoria de Comunicação e Jornal Impresso, tendo trabalhado em veículos de comunicação, instituições de ensino superior e campanhas políticas. Hoje é editora do Jornal Mensageiro.

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