Artista das Paredes
Texto por Ana Cláudia Valério . Fotos por Ana Cláudia Valério . 1 de fevereiro de 2024 . 14:47
Quem passa em frente ao Bolicho Campeiro não tem como não reparar na pintura feita recentemente. Além de dar identidade à empresa, a arte deu vida ao local. “Quando entraram em contato comigo, pedindo o orçamento da pintura da fachada, quase não acreditei, e quando fecharam nem se fala, fiquei muito contente. De longe foi a maior pintura que eu já fiz e ficou supercolorida, do jeitinho que eu gosto”, conta Karina Voss, monitora de câmeras e aspirante a artista.
Karina relata que a pintura do Bolicho foi um desafio, mas contou com a ajuda de muitas pessoas. “Logo após o primeiro dia de pintura, perdemos uma pessoa maravilhosa, meu sogro. Alguns dias depois, enquanto pintava, levei um tombo de uma escadinha (somente três degraus de altura) e trinquei um ossinho do meu cotovelo direito, o que fez eu ficar com uma tala por 40 dias. Mas graças a Deus casei com uma pessoa maravilhosa, que aceitou fazer os pequenos detalhe da pintura, enquanto eu explicava. Também tive a ajuda de meus pais que ficaram com meu filho, enquanto eu e meu marido trabalhávamos”, recorda.
A pintura de paredes é o 2º emprego de Karina, como ela mesma fala. “No começo de 2023 resolvi dar uma cor para o quarto do meu filho, na parede pintei uma árvore e São Francisco sentado em um balanço, ficou tão lindo! Inclusive o Joaquim aceitou dormir sozinho no quarto dele pela primeira vez. Daí em diante, tive vários pedidos de pintura e vi que o meu passatempo tinha se tornado meu 2° emprego”.
Ela que é formada em Administração, hoje atua como monitora de câmeras, na Lar Cooperativa Agroindustrial. “Porém como passatempo sempre me envolvi com arte, já fiz de tudo um pouco: crochê, chinelos bordados, desenhos, trabalhos em feltro, maquetes…”, destaca a artista.
Karina nasceu e cresceu em Medianeira. É a filha mais velha de Vilson e Laurita Voss, avicultores da comunidade Linha São Brás. É casada com o Rafael e mãe do Joaquim, de três anos. Sobre sua infância, ela relembra as brincadeiras com o irmão Vagner e o amor dos pais. “Tivemos uma infância livre, cheia de descobertas, aprendizados e também de trabalho. Nossos pais, dentro da possibilidade que tinham, nunca deixaram nos faltar nada, sempre dando o melhor para nossos corpos e também para nossas almas. Sinto saudade de muitas coisas, da preparação para ir a Missa, dos passeios na casa dos avós e primos, de acordar cedinho aos sábados para ajudar o pai e a mãe a vender queijo na feira, e até do caminho para a catequese que era uma aventura, já que sempre sobrava a garupa da bicicleta para mim, e meu irmão achava que estava numa corrida”, relata.
Ao olhar para trás, Karina tem orgulho da sua trajetória e fala da pintura do Bolicho Campeiro com muito orgulho e bom humor. “Agradeço a minha família que sempre me incentivou a pintar, a ‘família Bolicho Campeiro’ pelo desafio e ao meu anjo da guarda por ter preservado meus dentes no tombo (rs). Brincadeiras a parte, Louvado seja Deus! Obrigada por tanto”, finaliza.
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