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Nosso Povo

Vocação para catequizar

O Dia do Catequista foi celebrado ontem (26) em todo o Brasil. Para valorizarmos essa data especial, a Coluna Nosso Povo desta semana é com a catequista Eli Teresinha Schek, que atua há mais de 50 anos. “A minha formação aconteceu quando eu ainda estudava na Escola Normal Cristo Rei em Horizontina (RS) das Irmãs da Consolata. Estudávamos quatro anos, fazíamos estágio sem remuneração e, um dia, a Irmã que era professora de Ensino Religioso avisou que a Paróquia estava propondo um curso para sermos catequistas. Porque seríamos professoras, também teríamos que ministrar aulas de Ensino Religioso e as comunidades precisariam de catequistas. Fiz essa formação com diploma de conclusão em 15 de julho de 1967 e, com 17-18 anos, comecei a trabalhar com a turma da Primeira Eucaristia e não larguei mais a catequese. Neste período até 1974, todas as turmas que eu tive foram da Primeira Eucaristia, independente da cidade ou vila que eu estivesse lecionando”, relembra a catequista.

Um dos pontos mais interessantes da nossa entrevista foi quando Eli citou da formação para crismandos nos anos de 1960 e 1970. “Antes dos catequizandos serem crismados, eles faziam seis meses de estágio. Deveriam assumir um trabalho comunitário na igreja, como ajudante da catequese, liturgia, grupo de jovens. Passado o período, fazíamos a avaliação e só se crismava após passar no teste. Seria ótimo se voltassem a fazer esse trabalho. Ao contrário de hoje, em que muitos catequizandos crismam e não frequentam mais a igreja”, reflete.

Ao falar sobre o trabalho realizado com as Paróquias e escolas no decorrer do tempo, Eli comentou: “A partir de 1976 que iniciaram as formações entre catequistas e padres, e também começamos a preparação para a Crisma, com turmas que variavam de 30 a 35 alunos. Nos anos de 1980, iniciou o Movimento da Catequese Renovada, em que os catequistas passaram a ter muitas formações nas igrejas e com pastores evangélicos para continuar seu trabalho. Nesse tempo, também trabalhei com Ensino Religioso por 14 anos da 5ª Série do Ensino Fundamental até o 3º Ano do Ensino Médio. O material que recebíamos para trabalhar em sala de aula era uma verdadeira catequese, era relacionado ao catolicismo: sacramentos, mandamentos, leitura e interpretação dos textos bíblicos e outros temas. O que eu aprendi como professora na escola e as formações contribuiu muito para a minha caminhada como catequista”, disse.

Saindo do Rio Grande do Sul, a professora chegou em Medianeira em julho de 2000. E junto com ela, a intenção de continuar a caminhada como catequista. “Me apresentei como catequista à Salete Reginatto no Bairro Condá e ela ficou muito feliz ao saber que a comunidade teria mais uma pessoa servindo a igreja. Desde 2010 estou morando no Parque Alvorada, quando comecei com duas turmas da primeira etapa da catequese até a Crisma. E agora estou pensando em encerrar meu trabalho, ficarei muito sentida quando tomar essa decisão. São mais de 50 anos servindo e tem muitos catequistas novos que merecem mais espaço nas comunidades. Mas, se precisarem de ajudas ou conselho, sempre estarei disposta a contribuir”, reiterou.

Ao concluirmos a entrevista, Eli também falou sobre o ensino da catequese hoje. “Não difere muito do trabalho realizado lá atrás. Os encontros e formações são realizados pela Paróquia e Diocese. Recomendo a quem está começando agora para que valorize as formações, pois ajudará muito na caminhada. Eu vejo tanta gente nova com vontade de ensinar, aprender, se oferecendo para servir a igreja e que merecem espaço na comunidade”, finalizou a catequista.

Nosso Povo

Por: Tanner Rafael Gromowski

Formado em Letras português/espanhol pela UDC Medianeira, pós graduado em Língua Portuguesa pela FAG Cascavel, trabalha como repórter e redator desde 2013 no jornal Mensageiro.

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