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Abuso sexual na infância

De repente, seu filho ficou mais quieto do que o normal, prefere ficar sozinho, isolado. Quando você chega em casa, ele está pelos cantos, aéreo. Da escola vem uma reclamação: a criança não está se concentrando nas atividades e anda agressiva com os colegas. Estes são pequenos sinais que seu filho pode estar dando de que vem sofrendo ou sofreu abuso sexual. Na maioria dos casos, a criança não fala o que está acontecendo por medo, vergonha, culpa ou por não saber como agir. Cabe aos pais e responsáveis perceberem nas entrelinhas o que ela está querendo dizer, sem usar as palavras.

Um tema difícil de abordar, porém de extrema importância, visto o grande número de casos. Embora pareça algo distante, as situações de abuso podem estar ocorrendo bem perto e é mais comum do que podemos imaginar.

De acordo com um estudo realizado no Rio Grande do Sul, através da análise de documentos do Ministério Público, foi traçado o perfil das vítimas. Em mais de 80% dos casos, o abuso é cometido contra meninas, com idade entre cinco e dez anos. O local do abuso, por incrível que possa parecer, na maioria dos casos, é a própria residência da vítima e o agressor, em mais de 80% das situações, é alguém da família.

A questão é muito mais assustadora, pois as denúncias são feitas – quando feitas – apenas muitos anos mais tarde, quando a vítima tem entre 12 e 18 anos e muitas famílias, ainda, optam pelo silêncio. O que isto quer dizer? Que estes números acima registrados podem ser muito maiores.

Se não da família, o abusador é, muitas vezes, alguém de confiança dos pais e da própria criança. Como o agressor é alguém em quem a criança confia, num primeiro momento ela acredita que esta aproximação mais íntima é uma forma de carinho, de afeição. Porém, quando percebe que está sendo violentada, abusada, a reação, primeiramente, será de calar-se. Isso porque ela não consegue compreender o que está acontecendo e fica confusa.

As consequências do abuso são devastadoras. Problemas físicos e psicológicos afetam as vítimas ao longo de toda a vida. Aos pais, cabe a observação de mudanças repentinas no comportamento do filho. De acordo com Amazarray & Koller (1998), em crianças com idade entre zero e seis anos, a manifestação caracteriza-se por ansiedade, pesadelos e comportamento sexual inapropriado.

Em crianças de sete a doze anos, os sintomas são o medo, os distúrbios neuróticos, a agressão, os pesadelos, os problemas escolares e o comportamento regressivo. Em se tratando de abuso contra a criança, precaução é o melhor caminho.

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Por: Camyle Hart

Jornalista e Psicóloga (Crp 08/22594)
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