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Um caminhão de dinheiro tira Carille do Corinthians

A saída do técnico do Corinthians para o mundo árabe é o reflexo da situação dos clubes e da economia brasileira no momento. Não há como segurar propostas como esta que o treinador corintiano recebeu. Ele está indo de mala e cuia para comandar o Al-Wehda, da Arábia Saudita, com todo seu grupo de auxiliares. O grupo vai receber cerca de 40 milhões de reais por um contrato de dois anos, livres de impostos. E com uma inédita situação: o clube adiantou 12 milhões de reais. É uma outra realidade. E também, essa será a grande oportunidade que Fábio Carille terá para mostrar seu trabalho e se firmar com um dos bons nomes do mercado, e essa tendência de uma nova geração assumindo grandes equipes do futebol, seja aqui no Brasil ou fora dele. E isso comprova que aqui também produzimos gente que fica fora das quatro linhas e com qualidade. Agora, além dos craques dentro de campo, temos treinadores para exportar.

O que aliás não é coisa muito nova. Didi, craque da seleção brasileira, foi também o treinador que classificou a seleção do Peru para a Copa do México em 1970. E para chegar lá, eliminou a Argentina em Buenos Aires. Na primeira fase, duas vitórias em três jogos, o que garantiu vaga nas quartas de final, para duelar contra o Brasil. E o resultado todos sabemos: a geração de 1970 comandada por Pelé & Cia, venceu por 4 x 2. Mas até hoje o treinador é lembrado como grande ídolo também no Peru.

Então, temos história em fornecer treinadores para outros países. Carille sabe muito bem que vai enfrentar dificuldades, mas terá pela frente um desafio que poderá levá-lo a um patamar ainda mais alto e, quem sabe, estar muito brevemente treinando algum time na Europa.

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Por: João Hermes

Radialista e cronista esportivo do Jornal Mensageiro desde 1985.

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