A volta do Muxarabi
Por Jaqueline Mafini . 4 de novembro de 2024 . 09:38
Desenho típico da arquitetura islâmica desde o século 14, o muxarabi é uma espécie de treliça de madeira com origem na arquitetura árabe, usada como divisória, painel e elemento de destaque arquitetônico. Era usado inicialmente apenas como fechamento para janelas e balcões, permitindo a ventilação e a entrada parcial da luz natural no ambiente, mas posteriormente foi tendo seu uso adaptado a outras funções como painéis internos e elementos decorativos.
Trazido para o Brasil pelos portugueses, o muxarabi foi pouco a pouco conquistando seu espaço nos mais diversos projetos pelo país. O sucesso do elemento foi tanto que logo foi criada uma vertente sua, o cobogó. Modernistas como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa logo aderiram à tendência e começaram a aplicar a releitura brasileira dos muxarabis em seus projetos.
Hoje sua estrutura tem sido muito abraçada, principalmente pelos profissionais que prezam pelo conceito da sustentabilidade em suas construções.
É uma ótima escolha para quem está buscando uma arquitetura sustentável, pois permite a circulação do ar e controla a incidência solar, mantem a privacidade, além de combinar beleza e funcionalidade, criando ambientes mais acolhedores e conectados a natureza.
Trata-se de um elemento versátil e visualmente impactante que pode ser adaptado para diversos estilos arquitetônicos, como contemporâneo, rústico, boho. Pode ser usado como divisor de ambientes, criando uma separação entre a sala e um espaço de leitura ou escritório; em varandas, a fim de proporcionar privacidade e permitir a circulação de ar, mantendo uma conexão visual com o exterior em jardins de inverno; como fechamento, permitindo a entrada de luz e ventilação; em janelas ou como um painel decorativo, ajudando a filtrar a luz natural e proporcionando privacidade e em cozinhas ou lavanderias, como uma separação entre os ambientes, adicionando um toque decorativo.
Comentários