Caderno Especial Saúde

EMERGÊNCIA

Entenda as diferenças entre Infarto e AVC

Tempo, esse é o fator determinante para salvar vidas e evitar sequelas nos casos de Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), duas doenças que, juntas, são as principais causas de mortes no mundo. O atendimento médico especializado em até quatro horas e trinta minutos após os primeiros sintomas faz a diferença na recuperação.

Apesar de terem fatores de riscos e gravidade semelhantes, existem diferenças entre o AVC e o Infarto. “O Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou ‘derrame’ ocorre ou por entupimento das artérias cerebrais, e este seria o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), ou por rompimento das artérias, sendo chamado de hemorragia – Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH). O Isquêmico é mais frequente e geralmente causado por arritmia cardíaca, que leva à liberação de trombos infracardíacos. Aterosclerose, trombose e algumas inflamações arteriais causadas por doenças autoimunes são causas de AVCI. Já o Hemorrágico é causado geralmente por hipertensão, distúrbios da coagulação e radioterapia de pescoço e cabeça”, explica o médico cardiologista, Dr. Alberto Barcellos.

Segundo ele, os sintomas de ambos os AVCs são semelhantes, tais como diminuição de força de um lado do corpo, dificultando a deambulação, movimentos no braço, expressão facial, alteração da fala, dor de cabeça, tontura e náuseas. “O AVC hemorrágico é geralmente progressivo, piorando os sinais e sintomas rapidamente. Mas não há uma clínica específica que diferencie os dois, sendo necessário que o diagnóstico seja feito por exames de imagens, como ressonância magnética cerebral e tomografia cerebral”, esclarece o médico.

Sobre o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), o cardiologista afirma que é causado por diminuição ou interrupção de sangue abruptamente pelas artérias coronarianas, podendo ser em uma única artéria ou em várias, aumentando assim a gravidade do Infarto. “A obstrução das coronárias pode ser devido ao acúmulo de placas de gordura e trombos, na maioria das vezes ambos. Para o infarto, temos inúmeros fatores desencadeantes, tais como estresse, dieta rica em gorduras, sedentarismo, obesidade, fumo, diabetes, e hipertensão arterial”.

O Dr. Barcellos complementa que os sintomas do infarto são amplamente conhecidos: dor torácica, geralmente à esquerda, sudorese, falta de ar, taquicardia, náuseas e vômitos. “Para o diagnóstico, é muito importante a clínica e exames como o eletrocardiograma e os marcadores cardíacos seriados (CPK- MB, Troponina, e TGO). Diagnosticando o infarto deve-se imediatamente realizar a Cineangiocoronariografia (cateterismo), que funciona como diagnóstico e curativo, com angioplastia transluminal coronariana e instalação de Stends (molinhas) farmacológicos (que não deixam formar trombos)”, orienta.

Para prevenir e evitar o infarto, o médico orienta a prática regular de exercícios, alimentação saudável, manutenção do peso correspondente a sua altura, parar de fumar, diminuir a bebida alcóolica e a redução drástica do estresse. “Como se vê o AVC e IAM têm suas fisiopatologias semelhantes. O infarto é mais conhecido e mata mais rápido e frequentemente. Porém, ambos podem deixar terríveis sequelas após terem ocorrido e são péssimos para a futura qualidade de vida. Para evitarmos, devemos ter uma vida saudável, regrada e assim teremos uma vida feliz”, finaliza o cardiologista.

 

O AVC e Infarto têm suas fisiopatologias semelhantes, porém, ambos podem deixar terríveis sequelas

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