Agressividade: Freud explica
Por Camyle Hart . 11 de outubro de 2018 . 14:53
Vivemos dias sombrios. Uma vibração pulsante no ar que nos inquieta, desassossega. Alguns reagem recolhendo-se, outros partem para o embate, para a violência, para a tentativa de diminuir o outro para engrandecer a si próprio e às suas ideias. Não há respeito e sobra intolerância. De repente, quem menos imaginamos, nos ataca com fúria e ódio.
Vivemos, há poucos dias, uma situação extrema num colégio de Medianeira, um recorte da situação atual. Onde mais uma vez, a intolerância e falta de empatia foram o pano de fundo para uma reação desesperada. É a violência (seja ela física ou psíquica) gerando mais e mais violência.
E a gente se pergunta: De onde vem tanta intolerância e agressividade? Como pessoas que até então pareciam pacatas, de repente mostram-se agressivas?
Para Freud, isso está ligado ao que ele chamou de ID, uma parte inconsciente da nossa psique responsável pelos impulsos mais primitivos de sobrevivência, agressividade e sexualidade. São nossos desejos mais primitivos, geralmente, reprimidos. O ID está relacionado a todos os nossos impulsos não civilizados, aos nossos impulsos animais. Como uma voz dentro da cabeça que diz: “Se der vontade, faça!”
Nestes momentos, deixamos de dar ouvidos ao superego (responsável pela noção de moralidade e civilidade) e nos rendemos aos instintos mais selvagens. Voltamos a agir como o homem das cavernas, regredimos moralmente.
Para exemplificar, você está muito irritado com alguém e quando vê esta pessoa, entra em estado de cólera e dá um soco nela ou a agride com xingamentos, sem conseguir controlar-se. Isso é o ID. Mas, se você encontra esta pessoa, até tem vontade de xingá-la ou dar um soco, mas se contém e segue seu caminho, seu Superego (noção de moral e civilidade), então, sobressai ao ID. Casos de violência e abuso sexual, por exemplo, estão ligados à predominância do ID sobre o Ego e Superego. Paixões e desejos incontroláveis também.
Somos seres em construção e contínua evolução e, portanto, o entendimento e controle destes impulsos faz parte deste processo evolutivo e de civilidade.
“O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro.” Mario Quintana
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