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Autismo em adultos

Hoje, tem-se falado muito sobre o autismo. Crianças que há alguns anos eram apenas vistas como introspectivas, tímidas e com comportamentos “estranhos”, atualmente são diagnosticadas no espectro, o que é muito positivo, pois quando se sabe ao certo o que se tem fica mais fácil para familiares, amigos e professores saberem como se comunicar e entendê-los.

O que passou batido há algumas décadas e que ficou sem compreensão diz respeito aos atuais adultos autistas que tiveram de criar mecanismos internos próprios para interagir com o mundo externo e fazerem-se compreender em sociedade, por falta de diagnóstico, pois não havia o olhar que se tem hoje sobre esta condição. É o que, hoje, chamamos de adultos funcionais dentro do espectro autista.

Sabe aquele seu amigo com dificuldade em se expressar, em interagir socialmente e que não curte lugares barulhentos e com muita gente? Sim, ele  pode ser um autista de grau leve que não recebeu diagnóstico adequado na infância.

A dificuldade que o adulto funcional dentro do espectro possui é em relação às regras sociais subliminares, por exemplo: não entendem expressões faciais óbvias; não compreendem muito bem metáforas, ironias e piadas; têm dificuldade em ter empatia com o outro, em saber o que o outro deseja; são pessoas vistas até mesmo como ingênuas.

Outras características dizem respeito às interações com o mundo: são pessoas que não costumam demonstrar afeto e também têm dificuldade em receber; toques e abraços não são bem-vindos; não conseguem falar sobre sentimentos; não se envolvem em interesses alheios e têm dificuldade em entender sensações, intuições.

São pessoas práticas e objetivas. Falam de maneira direta e por conta disso podem ser consideradas grosseiras e estúpidas, pois são muito honestas nos comentários.

Trabalham melhor sozinhos do que em equipe e muitas vezes possuem desempenho acima da média em áreas do seu interesse. Também não gostam de sair da rotina, ficando irritados com imprevistos. Enfim, talvez cada um de nós esteja convivendo ou conheça alguém assim e, por muitas vezes não sabemos como agir e é neste ponto que o conhecimento e falar sobre o assunto faz a diferença nas relações.

Cada um de nós é único e com os autistas não é diferente. Todos estamos em busca de algo em comum, que é a compreensão do ‘si mesmo’ e do mundo ao redor… afinal de contas, cada um ao seu modo é um ser em construção e constante evolução. Somos todos um.

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Por: Camyle Hart

Jornalista e Psicóloga (Crp 08/22594)
Atendimento terapêutico (45) 99932-0666

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