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Café Analítico

Depressão e morte

Os números assustam. É preciso informar mais sobre a depressão, esta doença que chega e não pede pra ir embora. E não há quem esteja imune, não importando sucesso profissional, estabilidade financeira, amor correspondido, espiritualidade em dia… quando ela quer, ela bate à porta e entra.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos dez anos, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4%. São 322 milhões de pessoas, ou 4,4% da população do planeta. No Brasil, 5,8% dos habitantes sofrem com o problema. Até o próximo ano, a doença será a enfermidade mais incapacitante do mundo. Ainda, segundo a OMS, um a cada cinco jovens enfrenta problemas de saúde mental.

E a depressão pode, sim, levar ao suicídio. Não quer dizer que quem tem depressão vai tirar a própria vida, mas sim que quem sofre da doença tem maior propensão a ter ideação suicida. Temos visto nos últimos anos um aumento significativo no número de casos de pessoas que acabam tirando a própria vida por não conseguirem dar conta do sofrimento.

Enquanto os índices de suicídio caem em todo o mundo, a taxa entre adolescentes que vivem nas grandes cidades brasileiras aumentou 24% entre 2006 e 2015, informa pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O estudo, publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, indica que o suicídio é até três vezes maior entre os jovens.

Mas os números não diminuem o estigma que existe em buscar ajuda profissional. Há muito preconceito em relação à saúde mental. Ouvimos, ainda hoje, comentários pejorativos como: “Vá se tratar!”, como se isso fosse algo vergonhoso. A compreensão de que depressão não é fraqueza é fundamental para que as pessoas entendam que estão doentes e que precisam de ajuda para superar o transtorno.

Ao perceber os sintomas da doença, busque ajuda especializada. Ao perceber que alguém próximo possa estar com depressão, recomende tratamento. Não espere.

“Nunca despreze as pessoas deprimidas. A depressão é o último estágio da dor humana.” Augusto Cury

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Por: Camyle Hart

Jornalista e Psicóloga (Crp 08/22594)
Atendimento terapêutico (45) 99932-0666

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