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Entre choro e inversão de valores, torcedor espera o Hexa

Essa é a Copa das mídias sociais. Nada escapa. Desde a tentativa do beijo numa jornalista, aos cantos obscenos contra uma mulher que não entende a língua dos agressores, até os descalabros de dirigentes omissos e sem credibilidade para representar um país ou uma equipe.

Tudo isso também passa a se refletir dentro de campo. A falta de comprometimento, a ausência de espírito de equipe, tudo isso faz com que passamos a ver o mundo hoje globalizado, na forma e o momento como ele é.

Vá lá que o choro de Neymar tivesse sido mesmo verdadeiro, no entanto, ele poderia ter nos poupado disso. Em campo o time não faz mais do que sua obrigação, sustentado por salários milionários que nos afrontam todos os dias.

Enquanto a maioria dos brasileiros tenta sobreviver com um salário mínimo, ainda sobra tempo para sofrer na frente de um aparelho de TV e esperando que o tal do “hexa” venha. E daí? O que vai mudar em nossa vida? Há muito mais com que se preocupar. Estamos invertendo valores e não é de hoje. É como se estivéssemos anestesiados. Aplaca a dor, mas não cura.

Como podemos aceitar que um dirigente do futebol, tenha um salário de 20 mil dólares na Commebol, mas estamos perdendo credibilidade como dirigente ou político que somos ao mesmo tempo?

Até mesmo os atletas da atual seleção estão vendo a fraqueza da CBF muito fraca nos bastidores. Isso tudo é reflexo de tudo que a entidade que representa o futebol brasileiro está passando nesses últimos anos, com dirigentes presos, outros nem saem de casa com medo de irem para a cadeira e uma enxurrada de denúncias todos os dias.

Não que os outros sejam “santos” nesse meio. A questão é ser coerente. O presidente da CBF não votou com o bloco sul americano na escolha da sede EUA/Canadá/México para sediar a Copa de 2026. Preferiu votar no Marrocos. Ao ponto de que o dirigente anda meio que escondido na Rússia para não ser cobrado publicamente sobre o assunto. Estamos ou não invertendo valores?

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Por: João Hermes

Radialista e cronista esportivo do Jornal Mensageiro desde 1985.

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