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Cronicando

1º DE ABRIL

Quando éramos crianças – na verdade até hoje– tínhamos o hábito de contar mentirinhas ou fazer pegadinhas com nossos amigos e parentes, mas isso pode se tornar perigoso.

Mentira é a afirmação de algo que se sabe ou suspeita ser falso; não contar a verdade ou negar o conhecimento sobre alguma coisa que é verdadeira, é o ato de enganar, iludir ou ludibriar.

A mentira está presente diariamente na vida de todo o ser humano, que vive em sociedade – não deveria, mas está – ela pode ser classificada em diferentes níveis, desde “mentira inofensiva” – que diga-se de passagem não existe –, que possui uma finalidade de benevolência, até a mentira que tem o objetivo de prejudicar a vida de outra pessoa, por vingança ou pura maldade mesmo.

A mentira em excesso ou de forma compulsiva pode ser sinal de um transtorno psicológico chamado MITOMANIA – eu pesquisei –, que normalmente, nasce da necessidade do mentiroso em obter algum proveito ou se livrar de alguma situação que o incomode. O mitomaníaco usa a mentira como uma ferramenta de consolo, pois assim sente-se mais satisfeito e calmo consigo mesmo, mascarando as suas angústias e suas dores, parecendo aos olhos dos outros ser mais do que na verdade ele é.

No âmbito religioso, a mentira é considerada um dos mais graves pecados, estando relacionada com o que é mau, maligno ou indigno. Na doutrina cristã – da qual a maioria de nós faz parte –, por exemplo, o diabo é considerado o “pai das mentiras”.

Entre os sinônimos de mentira, estão: embair, enganar, engazupar, iludir, lograr e ludibriar.

E para ilustrar que uma “mentirinha” inocente pode se tornar um problemão, vou contar-lhes uma história que ouvi há muito tempo:

Em algum lugar do Brasil, um marido ouviu de um amigo que sua mulher era muito fofoqueira, não sabia guardar segredo, o marido discordou é claro, porém para satisfazer o amigo bolou o seguinte plano:

_Olha meu amigo, vou fazer a seguinte experiência para ver se minha mulher é de confiança ou não.

Uma noite o homem trouxe um grande ovo de pata e deitou-se, pela manhã acordou assustado e disse a mulher que havia posto um ovo, pediu a ela que guardasse segredo absoluto sobre o fato, o que diriam as pessoas se soubessem que ele pusera um ovo enquanto dormia!

A mulher não acreditou, mas o marido mostrou o ovo a ela então jurou que nem ao padre havia de dizer nada.

Ora muito bem, assim que o marido virou as costas a mulher correu para a vizinha e, pedindo segredo absoluto contou que o marido pusera dois ovos durante a noite, a vizinha prometeu que ninguém saberia do fato, e está por sua vez foi a casa da comadre e pedindo-lhe que guardasse segredo, disse que o marido da vinha havia posto 4 ovos durante aquela noite. Bom, o dia foi passando e cada qual contando o caso uns aos outros e sempre pedindo o mais absoluto segredo.

E como quem conta um conto aumenta um ponto – nesse caso aumenta um ovo – toda vez que a história passava adiante os ovos iam aumentando de número.

Voltando para casa, o marido encontrou o maior alvoroço, centenas de jornalistas de rádio, tevês, revistas e jornais – ate o Mensageiro estava lá – todos interessados em fazer a cobertura exclusiva e entrevistar o incrível “HOMEM GALINHA”, que em uma única noite pusera cinco dúzias de ovos.

Meus caros amigos leitores, tudo isso foi pra dizer que não importa o tamanho da mentira, o efeito que ela causa pode ser devastador, então é muito melhor sofrer com a verdade do que viver na ilusão de uma mentira. Sejamos honestos, justos, verdadeiros e transparentes, quem ganha com isso somos todos nós, até semana que vem!

 

Cronicando

Por: Aladir Carlos da Silva

Ator, Diretor, dramaturgo, produtor teatral e cronista.

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