Especial

DIA DOS NAMORADOS

Qual é a fórmula mágica do amor?

Para marcar a data mais romântica do ano conversamos com dois casais muito conhecidos em Medianeira, para dividir conosco um pouco de suas histórias, daquelas que deixam nosso coração quentinho e resumem com propriedade o sentido de “eternos namorados”.

Armindo e Zilda Frandoloso

Armindo e Zilda Frandoloso

Em 1965, chegava à cidadezinha de Putinga – RS, Armindo Frandoloso, um rapaz tímido, trazendo na mala pouca roupa e um diploma de Técnico em Contabilidade, abrindo o primeiro escritório de contabilidade daquele lugar. Zilda então ouviu de uma amiga: este é um bom partido para você, ela até então nunca havia namorado. Foram apresentados e ele em pouco tempo entrou no seu grupo de amigos. Após alguns meses de flerte, teve início em janeiro de 1966 o namoro de quatro anos. Um namoro pautado no respeito, cumplicidade e pouca intimidade, como era de costume da época. “Apesar de falar pouco devido a timidez, lhe sobrava sinceridade, honestidade e amor”, palavras da eterna namorada Zilda Frandoloso.

Em 1968 assumiram noivado, ele então decidiu vir para o Paraná, chegando à Medianeira, onde comprou um escritório de contabilidade (Hoje Reunidas Contabilidade). Ela seguiu na pequena cidade lecionando em uma escola do interior, trabalhando na prefeitura como Secretária de Educação e a noite dava aula de português. Foram dois anos trabalhando com a aliança no dedo da mão direita, sempre preservando e respeitando sua integridade e fidelidade enquanto futura esposa. Valores que foram repassados pelos pais e colocados em prática. Em agosto de 1971, Armindo pediu a mão de Zilda, marcando a data do casamento para 15 de janeiro de 1972, em Lajeado, onde os pais da noiva moravam. Após o casamento partiram em lua de mel para Buenos Aires de Volkswagen Karmann-Ghia, um dos veículos mais elegantes e luxuosos daquele tempo. “Uma viagem maravilhosa, inesquecível. No retorno, chegando à cidade, ele falou, agora feche os olhos. Eu fechei e quando abri só vi uma grande poeira vermelha, era a cidade de Medianeira, onde eu estava chegando com metade do meu enxoval no Karmann-Ghia para dar início a nossa vida juntos,” destacou Dona Zilda.

Deram início então a uma vida a dois, que logo chegou a seis, tiveram quatro filhos em quatro anos, Raquel, Cesar Henrique, Luis Fernando, Paulo Ricardo. A pedido do esposo, ela deixou as atividades para cuidar da casa. Criaram os filhos com um pouco de dificuldade como qualquer outra família, mas sempre baseados no respeito, na educação e conseguiram dar estudo aos quatro. Dona Zilda destacou que seu Armindo sempre foi um homem fiel, um marido sincero, e entre os dois sempre existiu cumplicidade. “Eu nunca sai na rua sem ele me pegar na mão, ele sempre me conduziu em qualquer lugar que fôssemos, eu me sentia muito amparada”, conta. Perguntei qual seria a forma mágica do amor? Eles responderam: “Um casamento para durar precisa de honestidade, cumplicidade, fidelidade e Deus acima de tudo. Deus sempre pautou a nossa vida e nosso relacionamento”. Este ano, eles completaram 50 anos de casados, a festa foi íntima devido à pandemia e problemas familiares, mas a vida e a união continuam sendo celebradas, agora também com a presença dos netos. Há poucos dias os pombinhos viajaram para Fortaleza – CE, para comemorar as Bodas de Ouro (foto).

Aordilho Caovilla (mais conhecido como Egídio) e Ana Lher Caovilla

Aordilho Caovilla (mais conhecido como Egídio) e Ana Lher Caovilla

Em 1953, morava na cidade de Erechim – RS, Egídio Caovilla, que certo dia em um dos tradicionais “bailinhos de fim de semana”, conheceu dona Ana, que morava no interior cerca de 30 km dali. Iniciava então uma história de vida que já dura 68 anos. Namoraram cerca de um ano, neste período foram poucas oportunidades juntos, devido às dificuldades da época. Praticamente não havia locomoção e o namoro aconteceu através de cartas semanais, que eram transportadas pelo ônibus que passava pelas localidades. “Tínhamos uma pilha de cartas guardadas, eu não sei quem queimou essas cartas, desconfio que foi o Caovilla!” (momento de risos na entrevista), brincou dona Ana mantendo, o bom humor notável entre o casal.

Em abril de 1954 trocaram alianças em Barra do Rio Azul, interior de Erechim. Pouco tempo depois partiram para Xaxim – SC, onde viveram por cerca de um ano, depois disso o destino foi Francisco Beltrão – PR. No final de 1970, seu Egídio adquiriu uma residência em Medianeira, que no ano seguinte seria a moradia do casal. Ele trabalhava com vidraçaria e abriu uma empresa onde hoje funciona a Trento Confecções. Mais tarde construíram a casa em que vivem até hoje e abrigou também os cinco filhos que vieram em sete anos: Luiz Carlos, Carlos Alberto, Elizete, Marizete e Margarete. “Quando chegamos aqui não tinha asfalto, não havia telefone, nem água encanada e existia pouca energia elétrica”, destacou Seu Egídio. Exibindo uma saúde invejável, ele com 89 e ela com 88 anos, o casal ainda da a receita para uma vida saudável: Sempre se tratar bem, evitar palavrões e vícios como álcool e fumo, a saúde na relação ajuda na nossa saúde física, manter sempre o bom humor e um ambiente de paz. Perguntei ao casal qual o segredo para manter uma união por tanto tempo, e eles responderam: “Principalmente Deus, nós sempre fomos um casal de fé, de ir à missa juntos e levar também nossos filhos. Muita paciência, compreensão e companheirismo”. Dona Ana ainda fez questão de destacar o comportamento exemplar do marido enquanto pai e esposo, que nunca foi um homem de bar e jogos, tendo sempre a família como foco principal.

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