MEMÓRIA
Construção da Itaipu e a chegada dos primeiros trabalhadores
Texto por Assessoria Casa da Memória de Medianeira . Fotos por Acervo Memória da Eletricidade Itaipu Binacional/ Divulgação . Republicado em 4 de outubro de 2024 . 14:48
Data de publicação original: 03/10/2024
Número da edição original: 2330
Durante a década de 1970, teve início a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior obra de construção civil do Brasil e está entre as maiores construções do mundo. Porém, as negociações para a construção de uma usina hidrelétrica na fronteira entre Brasil e Paraguai iniciaram ainda na década de 1960, durante os governos de João Goulart e Alfredo Stroessner. Em 1964, os dois presidentes assinaram um acordo para estudo do potencial econômico do Rio Paraná e, em 1965, durante a ditadura civil-militar, sob o comando do presidente Castelo Branco, tiveram continuidade as negociações e tratativas técnicas.
Em 1971 as empresas vencedoras da licitação iniciaram o estudo da obra e em 26 de abril de 1973 foi assinado o Tratado de Itaipu – instrumento legal para o aproveitamento hidrelétrico do rio Paraná pelo Brasil e o Paraguai. Este último aceitou vender o excedente energético produzido pelo país ao Brasil até 2023 (em 2024, surgiram novas discussões entre Brasil e Paraguai sobre a energia produzida pela Itaipu). Em 17 de maio de 1974 foi criada a entidade Itaipu Binacional, que seria responsável para gerenciar a construção da usina e também foi nesse ano que chegaram as primeiras máquinas à região de Foz do Iguaçu.
Muitas máquinas exigiam verdadeiras operações para serem transportadas até o local de instalação. Algumas por navios e outras pelas estradas de rodagem, com “comboios”, sinalizando para evitar acidentes. A primeira turbina de Itaipu possuía 8,60 metros de diâmetro; 4,60 metros de altura; 305 toneladas; 13 pás de aço fundido revestidas de aço inox. Levou 90 dias para máquina chegar ao local.
O início das obras aconteceu em janeiro de 1975, e a inauguração em 05 de maio de 1984, mas o projeto só foi finalizado, de acordo com o planejamento, em 2016. A construção da Itaipu Binacional mudou completamente a cenário da região de Foz do Iguaçu, pois além de alterar a paisagem natural, inundando uma área de 1.350 km², desapropriar agricultores e indígenas de suas terras, também contribuiu para o desenvolvimento econômico e tecnológico da região e a vinda de milhares de trabalhadores para atuarem na “grandiosa” obra. No auge da construção chegou a reunir cerca de 40 mil trabalhadores no canteiro de obras, vindos de diversas regiões do Brasil e dos países vizinhos. Em dez anos, Foz do Iguaçu saltou de uma população de 20 mil habitantes para mais de 100 mil moradores.
Para abrigar todos os trabalhadores, a Itaipu Binacional construiu aproximadamente 9 mil moradias, sendo que em Foz do Iguaçu foram cerca de 4,7 mil moradias divididas em três vilas habitacionais: “Vila A”, construída com casas no estilo americano, para abrigar funcionários com cargos técnicos e administrativos; “Vila B”, construída com casas de alto padrão, para o alto escalão e “Vila C”, construída nos moldes de um alojamento, com 2.652 moradias compartilhadas, feitas em barracões. Cada uma tinha quatro casas simples, com dois quartos, cozinha, copa e banheiro. Na cobertura, o material usado foi zinco.
A Casa da Memória Roberto Antonio Marin de Medianeira é a guardiã das memórias do município, um espaço dedicado à documentação, pesquisa e resgate do Patrimônio Cultural.
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