MEMÓRIA
Saúde na História de Medianeira
Texto por ASSESSORIA . Fotos por Acervo Revista Mosaicos/Arquivo Casa da Memória/ Arquivo HMNSL . Republicado em 31 de outubro de 2024 . 15:53
Data de publicação original: 31/10/2024
Número da edição original: 2334
Já falamos que uma das preocupações das empresas colonizadoras na década de 1950 era oferecer o mínimo de infraestrutura para os novos moradores. Em Medianeira, a questão da saúde esteve presente no plano de colonização da Bento Gonçalves. O primeiro Hospital foi construído em 1956, pela colonizadora, nas imediações onde hoje está instalado o CPC Arandurá e o SESC/ SENAC – Medianeira. Para atuar no hospital, os diretores contrataram o médico Alcebíades Barbosa da Silva.
Dr. Alcebíades chegou a Medianeira em 1955 e até que o hospital ficasse pronto, os atendimentos e internações eram realizados nas dependências do Hotel Fossá (o primeiro hotel da cidade) e também em um consultório que o médico instalou em sua própria casa. Antes mesmo do hospital entrar em funcionamento, havia um farmacêutico na vila, Eduardo Ferreira que realizava alguns atendimentos, porém ele permaneceu pouco tempo em Medianeira. Ele não se adaptou à cidade em construção e logo vendeu sua farmácia para Giocondo Nandi. Este estabelecimento localizava-se na Avenida Brasília, onde hoje está edificado o “Shopping Medianeira”.
Giocondo Nandi, também realizava muitos atendimentos na região. Nem todos os moradores tinham condições de pagar por um atendimento médico, por isso, uma parte significativa da população procurava o Sr. Giocondo para receber atendimento e obter as indicações dos remédios a serem tomados. De acordo com os pioneiros entrevistados, Giocondo Nandi ajudou a tratar muita gente na cidade.
Na década de 1960, durante a gestão do prefeito José Della Pasqua (1965-1970) foi construído o Posto de saúde e em 29 de outubro 1969 foi fundado o Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Luz, que surgiu a partir de uma demanda da região para atender gestantes e partos. A equipe médica era formada pelas irmãs religiosas e profissionais moradores de Medianeira, inclusive Dr. Alcebíades Barbosa também fez parte da equipe da “Casa de Parto”, como o hospital era chamado pela população.
Uma prática muito comum durante as primeiras décadas da colonização e a principal forma de se tratar algum problema de saúde era a partir das ervas, chás e benzimentos. Vilma Gasparini, em entrevista a Casa da Memória, nos contou que um dos remédios utilizados para curar a gripe das crianças era o sebo de ovelha. Segundo ela, passava-se o sebo de ovelha no peito da criança, agasalhava bem para dormir e, no outro dia, estava praticamente curada.
Durante as entrevistas, muitos pioneiros relataram sobre as dificuldades enfrentadas pelos moradores na questão da saúde. O atendimento que existia na cidade não dava conta da demanda de atendimentos em casos mais graves. Por isso, quando era necessário, Pedro Soccol pegava o jipe da colonizadora para levar os familiares e o doente até Foz do Iguaçu ou Cascavel, para receber um atendimento mais especializado. Em um período em que as estradas ainda não eram asfaltadas, o trajeto entre as cidades vizinhas tornava-se difícil e muito lento, especialmente em dias de chuva.
Após mais de sete décadas de fundação de Medianeira, a situação da saúde na cidade mudou completamente. Hoje, nosso município se configura como um polo de saúde, com atendimento em diversas especialidades médicas, recebendo pessoas não só da cidade como da microrregião. E o que permanece desses tempos difíceis são as lembranças, o sentimento de superação e os arquivos históricos que permanecerão registrados na Casa da Memória, para que as futuras gerações tenham conhecimento.
A Casa da Memória Roberto Antonio Marin de Medianeira é a guardiã das memórias do município, um espaço dedicado à documentação, pesquisa e resgate do Patrimônio Cultural.
Rua Argentina, nº 1546, Centro (antiga Prefeitura), Medianeira/PR
(45) 3264-8602
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