A arte de representar Jesus Cristo
Por Ana Cláudia Valério . 8 de abril de 2021 . 10:01
Lair Vieira Júnior é natural de Cascavel, filho de Lair e Marilene, tem dois irmãos: Paulo e Laressa. Quando criança, sempre gostou de histórias em quadrinhos, filmes e séries, mas a relação com o teatro e a arte veio somente mais tarde. “Comecei a estudar e fazer cursos de teatro com 21 anos. Já se foram quase 20 anos de estudo dedicação, oficinas e cursos. Me formei como professor de teatro em 2006 e em 2009 terminei a graduação em Administração. As duas áreas complementam o meu trabalho, pois além de ator, faço produção e direção de espetáculos”, conta o ator que atuou como Jesus Cristo no filme Via-Crúcis, produzido pela Paróquia Nossa Senhora Medianeira e Prefeitura Municipal.
Em 2011, surgiu a oportunidade de representar Jesus Cristo pela primeira vez, no Auto da Paixão, em Medianeira. “Fiz por três anos consecutivos e depois foram dois anos em Itaipulândia, onde também eu trabalhei como professor de teatro. Neste ano, devido às limitações impostas pela pandemia, surgiu a ideia de gravar e novamente recebi o convite dos envolvidos. Aceitei prontamente, pois é algo que me orgulho muito em fazer e que me dá uma satisfação muito grande, não só a questão profissional, mas também espiritual”, relata.
De formação católica, Lair conta que representar Jesus é um desafio muito grande, mas gratificante. “A construção do personagem se baseia na liberdade criativa do ator, de como vai conduzir, mas principalmente em ser fiel àquilo que as pessoas conhecem. Foi surpreendente ouvir das pessoas que eu consegui transmitir aquilo que elas esperavam, da semelhança física e até mesmo a voz. Muitos me falaram que pareciam realmente estar ouvindo Jesus. Desde a preparação até a encenação no dia, eu fiz com que parecesse mais real possível. Ficamos envolvidos com a história, me emocionava realmente, sofri com a crucificação e senti uma alegria inexplicável no final do espetáculo, com a ressurreição”, comenta o ator.
Sobre as diferenças de fazer o espetáculo gravado e ao vivo, ele destaca que em praça pública a expressão é muito maior, os movimentos tem que ser grandes para as pessoas perceberem. “Já no vídeo é tudo mínimo, pequeno, é muito mais a expressão no olhar e nos pequenos gestos. Fica muito focado na expressão corporal e facial, o sentimento que você passa”.
Para finalizar, Lair conta como o teatro transformou sua vida. “O teatro realmente abriu portas e me proporcionou uma transformação pessoal, me tornei mais comunicativo e consegui desenvolver outras habilidades. Mas ainda sei que tem muita coisa para aprender, muita coisa para desenvolver”, salienta. Ele complementa que, na sua profissão, além de ser observador, deve-se estar atento aos detalhes. “De repente não seja tão grandioso, mas o detalhe é que faz a diferença e a dedicação. Você tem que se dedicar sempre, em tudo, mas com humildade e obstinação. Não é um caminho fácil, e o retorno é lento, demora muito até você se estabelecer. Mas quem é ator e gosta da arte mesmo, não desiste”, finaliza.
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