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RECONHECIMENTO

A arte do design na marcenaria

“Cresci numa família de marceneiros por parte da família materna, meus familiares vieram dessa cultura, meu avô tinha uma marcenaria, meu tio seguiu com a profissão. Então sempre fui atraído pelo artesanato e a madeira”, comenta.

Alexandre Mateus Kasper Branco nasceu no dia 20 de outubro de 1994 em Medianeira. Filho de Arivani Maria Kasper e Jorge Branco, é o mais novo de três filhos, a irmã mais velha se chama Gizelli e o irmão do meio Allencar. “Cresci numa família de marceneiros por parte da família materna, meus familiares vieram dessa cultura, meu avô tinha uma marcenaria, meu tio seguiu com a profissão. Então sempre fui atraído pelo artesanato e a madeira”, comenta.

Gosto que resultou em vários prêmios na área de Design. Mas não foi somente a tradição familiar que influenciaram Alexandre, desde criança ele já tinha o senso criativo aguçado. “Eu e meu irmão, desde pequenos gostávamos muito de assistir Pokémon e acredito que isso tenha auxiliado no meu senso criativo, pois sempre gostei muito de desenhar. Quando eu tinha mais ou menos uns sete anos, nós ficamos entediados dos 150 Pokémons que já existiam, então eu redesenhei mais 150 variedades e ele fez a parte biológica. Hoje, ele é biólogo e eu sou arquiteto e designer. Com isso, acredito que as crianças sempre dão uma pequena amostra do que vão ser ou se tornar quando adultos”, conta ele.

Alexandre uniu a marcenaria e o design na sua trajetória, que começou na CGS Móveis, quando ele tinha 16 anos. “Como jovem aprendiz, passei por vários setores da fábrica. Mas foi em 2013, quando eu entrei no setor de Programação e Controle de Produção, que passei a conhecer mais da parte produtiva da fábrica e seus processos. Em 2015, iniciei a faculdade de Arquitetura e Urbanismo, e nessa época eu pedi uma oportunidade para o dono da fábrica, o Sr. José Vani Grassi, que pudesse me colocar no setor que eu tanto tinha afinidade, que é o setor de design. Ele me colocou em 2016-2017 para auxiliar o designer Alex dos Santos, que me passou todos os seus ensinamentos e programação de máquinas e durante três anos eu me dediquei à parte técnica do produto. Mas, como eu tinha muita sede de desenhar produtos, eu comecei a desenhar aos poucos e fui apresentando minhas ideias ao dono. Por muito tempo eu fui barrado, mas minha insistência fez com que eu buscasse sempre estar à frente. Então em 2017, eu pedi para o prototurista fazer um protótipo, por minha conta e risco e foi um sucesso. O banco está em linha até hoje e teve uma sequência de lançamentos, foi exposto em edições da CASACOR e agradou todo o público. Meu início de carreira não foi fácil, tive muitos bloqueios, e por minha falta de experiência, eu explorei muito a parte técnica”, expõe.

A insistência e a dedicação renderam a Alexandre, em 2021, o seu primeiro prêmio de design, o A’ Design Award, em que ganhou com a cadeira e poltrona Vani, que ele fez em homenagem a sua mãe, que sempre o apoiou na carreira. “Logo em seguida recebi mais três prêmios de design: o MCB (Museu da Casa Brasileira), Brasil Design Award e o Salão design, todos com a linha Carioca, que desenhei inspirado na cultura do Rio de Janeiro. Eu acredito muito na lei da atração e sempre soube que eu iria ganhar prêmios, tenho uma foto de meu primeiro produto com alguns prêmios que eu almejava ganhar, hoje eu tenho mais prêmios do que tinha na minha lista”, comemora o designer.

Sobre o seu desenvolvimento criativo, Alexandre relata que gosta de se inspirar em outros setores e elementos. “Olho muito para a arquitetura, moda e cultura de comportamento. Para mim, o mobiliário tem que ser uma fonte de desejo, como um carro, uma roupa, um celular, e eu crio móveis que cumprem esse papel, se tornando um produto atemporal nas residências. Um produto tem que servir a três pilares: a estética, ergonomia e funcionalidade, trabalhando com foco nesses pilares o produto pode se dizer perfeito”, explica.

A parceria com a CGS Móveis levou o designer a expor e conhecer vários lugares do Brasil e do mundo, como na principal feira de móvel do Brasil, a Abimad, que fica em São Paulo; na CASACOR e na feira de Nova York. “Viajamos com frequência para visitar nossos clientes do Brasil e do mundo inteiro para ver o posicionamento do produto e treinar os lojistas com a venda. Neste mês, vamos para a feira de Milão para identificar a tendência do mobiliário, os tecidos, texturas, madeiras que estão usando, para refletir nos meus produtos e para sempre ficarem linkados com o mercado europeu”, finaliza Alexandre.

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Por: Ana Cláudia Valério

Mestre em Educação, Especialista em Docência no Ensino Superior e graduada em Comunicação Social – Jornalismo. Tem experiência em Jornalismo nas áreas de Televisão, Assessoria de Comunicação e Jornal Impresso, tendo trabalhado em veículos de comunicação, instituições de ensino superior e campanhas políticas. Hoje é editora do Jornal Mensageiro e coordenadora de Gestão e Memória da Casa da Memória Roberto Antonio Marin, de Medianeira.

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