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Nosso Povo

Amar, cuidar e educar

“A expectativa para o novo recomeço é grande e temos fé que em breve estaremos amando, cuidando e ensinando nossos pequenos”, destaca a professora e pedagoga Fernanda Penso

Fernanda Penso, nasceu em Medianeira. É filha de Ivo Augusto Penso, caminhoneiro autônomo aposentado e Dilse Lucia Penso (in memoriam desde 29/04/2000). Tem dois irmãos: Ivanio Augusto Penso e Alexandra Penso. Casada com Judinei Giareta, mãe de Amanda Vitoria Penso Giareta, 12 anos e Lorenzo Penso Giareta, 6 anos. “Minha infância foi como a maioria das crianças da década de 80 e 90, meu pai trabalhava e minha mãe cuidava dos filhos e da casa. Brincávamos muito no quintal, na rua, nas árvores, pois naquela época isto era típico da infância e as mães sempre estavam próximas. Havia também muitos primos, alguns menores, eu amava cuidar, dar banho, fazer o papel de mãe mesmo, meu instinto materno despertou muito cedo”, conta Fernanda.

Ela complementa relatando que cresceu ouvindo sua mãe dizer que deveria ser professora, pois ‘é uma profissão que nunca acaba’. “Admirava as professoras chegando na sala de aula, deixando todo o material em cima da mesa e ministrando sua aula. Crianças veem as professoras, como uma segunda mãe, o amor é imenso”, destaca.

Fernanda lembra o percurso inesperado que a vida teve: a doença da mãe, o tratamento, a esperança de cura e a morte, que ocorreu no ano em que deveria começar uma faculdade. “Nesta época eu não queria ser professora, comecei um curso de Sistemas de Informação – sempre tive dificuldade nas exatas. Fazendo esta faculdade, tive a certeza que não teria êxito, sofri um acidente grave de moto e depois de um ano desisti da faculdade. Nunca tive o desejo de morar em outra cidade, então com o apoio do meu pai passei a fazer Letras Português/Espanhol na atual UDC, que na época era Facemed. A língua espanhola me fascinava, e como tinha formação em espanhol pelo CCAA desde 1999, optei em ministrar aulas de espanhol após minha formação”, conta.

Durante os anos de profissão, Fernanda trabalhou em colégios estaduais de Medianeira, São Miguel do Iguaçu e Serranópolis. “Devido à instabilidade por ser professora contratada do Estado, mantinha um serviço como secretária na cerâmica Bruschi, foram anos assim. Após a gravidez do segundo filho, já não tinha mais energia para dois trabalhos distintos, optei somente pelas aulas, porém a cada ano o professor contratado sofre perdas, tanto de salário, quanto de direitos. Minha irmã presenciou meus desafios e perdas no meio da educação estadual: iniciar ano letivo sem conseguir aula, sem salário e sem estabilidade. Alexandra sempre cogitou abrirmos um Centro de Educação Infantil, eu resistia e negava esta possibilidade”, ressalta.

No começo do ano de 2018, a professora começou a cursar Pedagogia, pois acreditava que partir para a educação infantil abriria novos horizontes. “Começado o curso, foi o passo decisivo de ter uma escola. Sentamos, conversamos, escolhemos o espaço e decidimos que era o momento oportuno para o acontecimento. Foi assim que surgiu o Centro de Educação Infantil Carrossel. A escola fluiu devido a nossa parceria, eu preciso de minha irmã e ela de mim, sozinhas jamais teríamos feito isto”, relembra com carinho.

Fernanda recorda de um momento especial. “Numa tarde de sábado enquanto conversávamos sobre o Carrossel Alexandra disse: ‘O que faremos com as crianças?’ Eu respondi que em primeiro lugar nós amaríamos muito, afinal elas passariam mais tempo na escola do que com seus pais. Também enfatizei que estaríamos fazendo o papel de mãe dentro da escola, para trabalhar com bebês e crianças pequenas, em primeiro lugar deve-se amar o que está fazendo, pois crianças expressam seus sentimentos, desejos, fome e dores através de sons, risos e choros e para lidar com isso no dia a dia, o amor deve estar em primeiro lugar. Esse amor se transformaria em cuidados e como consequência viria a educação. A partir de então, percebi que o instinto materno, que despertou tão cedo em mim, tinha um propósito: o Carrossel. Assim surgiu o slogan: ‘Amor, Cuidados e Educação Infantil’”, explica a professora e Pedagoga.

Passados quase três anos de Carrossel e diante das dificuldades trazidas pela pandemia, Fernanda finaliza: “Sentimos medo e impotência perante a nova realidade, porém o amor pela profissão e pelo sonho de ter um Centro de Educação Infantil movem nossos ideais. A expectativa para o novo recomeço é grande e temos fé que em breve estaremos amando, cuidando e ensinando nossos pequenos!”.

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Por: Ana Cláudia Valério

Mestre em Educação, Especialista em Docência no Ensino Superior e graduada em Comunicação Social – Jornalismo. Tem experiência em Jornalismo nas áreas de Televisão, Assessoria de Comunicação e Jornal Impresso, tendo trabalhado em veículos de comunicação, instituições de ensino superior e campanhas políticas. Hoje é editora do Jornal Mensageiro e coordenadora de Gestão e Memória da Casa da Memória Roberto Antonio Marin, de Medianeira.

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