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Nosso Povo

BAILARINA E PROFESSORA

Baila comigo!?

Silvia deu seus primeiros passos no ballet com 11 anos. Hoje é professora de dança

“Eu sou paranaense e com muito orgulho medianeirense. Nasci no dia 12 de fevereiro de 1969, na Maternidade Nossa Senhora Medianeira. Meus pais são Altair Vizzotto (in memoriam) e Sueli Vizzotto, tenho duas irmãs Silvana Maria Vizzotto Varnier e Sandra Elisa Vizzotto”. Começamos a coluna Nosso Povo com a autoapresentação da nossa personagem Silvia Salete Vizzotto Pauli.

E foi da infância em Medianeira que surgiu o amor pela arte. “Minha infância foi de muito simples e divertida, adorava brincar embaixo dos pés de mandiocas com minha prima Ariane Berta. O que mais gostava era brincar de casinha, cantar, tocar violão, era rotina todos os dias, dançar, desfilar e imitar as novelas da época (A Escrava Isaura e Estupido Cupido). Nosso palco era o muro aonde cantávamos e desfilávamos com roupas de lençóis e esteiras de praia”, recorda Silvia.

As brincadeiras e as influências encaminharam Silvia para o ballet. “Minha vida de bailarina iniciou-se por acaso aos 11 anos de idade. Por influência da minha irmã Silvana, iniciei meus estudos no Ballet Clássico e Jazz, mas conforme o tempo foi passando, comecei a me identificar com a Dança, desta maneira  nasceu o amor pela arte de ensinar”, conta. 

A primeira experiência de Silvia com a Educação foi através do curso do Magistério, aonde percebeu que tinha uma paixão pelas crianças. Ela concluiu o curso no Colégio João Manoel Mondrone em 1986.  “Com 16 anos eu já pegava ônibus para ir lecionar aulas de Ballet Clássico, Baby Class e Jazz nas cidades da redondeza, Matelândia no Country Club e em São Miguel do Iguaçu numa Academia de Musculação. Em Medianeira ministrava aulas no antigo Colégio das Irmãs. Em 1988, mudei para Maringá, para estudar minha opção Universitária, Educação Física na UEM (Universidade Estadual de Maringá) e me formei em 1991”, relata a bailarina. 

Já casada com o marido Waldir Jose Pauli, e aqui abrimos um parêntese para a história dos dois. Eles se conheceram quando Silvia tinha 15 anos. “Foi meu único namorado, namoramos uns anos e nos deixamos. Depois nos reencontramos em 1990 e casamos em 1991”, relembra emocionada.

Continuando a história…casada e recém formada, Silvia mudou-se com o marido para Campo Grande, aonde moraram por 17 anos, e local onde a bailarina iniciou a carreira profissional e teve dois filhos: Lucas Gabriel Vizzoto Pauli e Ana Carolina Vizzoto Pauli. “Durante esse período atuei em escolas particulares da Capital de renome como Latino Americano, Metropolitano “O quintal”, assumi por dois anos um projeto social na Prefeitura de Campo Grande, com 500 bailarinas, crianças carentes, foi uma experiência maravilhosa”, comenta.

Os anos foram passando e Silvia buscou sempre se aperfeiçoar. Em 2000, segundo ela, teve a honra de fazer aulas e aprender mais sobre o ballet com a professora e bailarina Beatriz de Almeida, que foi a 1ª Bailarina Stuttgart, Ballet da Alemanha por 20 anos. A bailarina ainda estudou por mais de cinco anos, técnica de Dança Moderna Contemporânea, como de Martha Graham, Lester Horton, Falcon, técnica de improvisação. “Sempre busquei me reciclar e me especializar para melhorar tecnicamente na dança. Utilizo vários métodos de Ballet clássico como: Russo, Royal of dancing e o Vaganova, além de outros estilos, tais como: dança do ventre, hip hop, dança circular sagrada, dança criativa”, descreve.

Em 2008, a convite da irmã Silvana, Silvia se mudou para Tangara da Serra (MT), para atuar na Academia dela (Polly Dance), como professora de Educação Física e de Ballet Clássico e, posteriormente, na área administrativa. “Conforme o tempo foi passando, as oportunidades e o campo foram se multiplicando, minha visão e as áreas de trabalho ampliaram-se. Minha atuação em aulas se multiplicou, ministrava aulas de natação, hidroginástica, Ballet clássico, Baby Class (estudo preparatório para o Ballet para crianças de 3 a 6 anos de idade), jazz, dança do ventre. Em 2009 assumi o Projeto de dança “Livro nas mãos e sapatilhas nos pés”, iniciei com 120 alunas e o projeto cresceu finalizando 2012 com 300 alunas. Formamos um Corpo de baile que se destacou pela técnica e evolução nas coreografias. Meus espetáculos são musicais, com teatro e dança, adoro coreografar e criar coisas novas, inovar para ver minhas alunas brilhando no palco”, salienta.

Ainda sobre o projeto, a professora comenta que, como era voltado a crianças carentes, eram feitas rifas e vendas de pizza para buscar recursos financeiros. “Por desenvolver este projeto social recebi da Câmara Municipal de Tangara da Serra  uma Moção de Aplausos, pelos excelentes serviços prestados a comunidade”, comemora.

Sempre em busca de novos desafios, além de atuar na Academia e no projeto social, Silvia ministra aulas na faculdade UNIGRAN, para acadêmicos do curso de Educação Física, está envolvida no espetáculo de encerramento do ano em prol Lar do idoso e ainda no Projeto “Fique Leve”, para pessoas com sobrepeso e obesidade. E tem mais: “Projetos futuros? Muitos. Todos direcionados por Deus. Vale a pensa sonhar e ir em busca deles. Sou grata por tudo o que tenho e sou”.

E para finalizar, ela declara seu amor pela arte e pela docência: “sou uma professora realizada e tenho muito orgulho disso, pois viver de arte no Brasil é um desafio constante. Sou testemunha viva de como a dança consegue resgatar a autoestima, corrigir postura, melhorar o raciocínio e auxiliar no processo de ensino aprendizagem, socializar, mudar atitudes e o principal: o papel que a dança exerce na vida das pessoas, é a melhor terapia que existe, transforma vidas”.

Nosso Povo

Por: Ana Cláudia Valério

Mestre em Educação, Especialista em Docência no Ensino Superior e graduada em Comunicação Social – Jornalismo. Tem experiência em Jornalismo nas áreas de Televisão, Assessoria de Comunicação e Jornal Impresso, tendo trabalhado em veículos de comunicação, instituições de ensino superior e campanhas políticas. Hoje é editora do Jornal Mensageiro e coordenadora de Gestão e Memória da Casa da Memória Roberto Antonio Marin, de Medianeira.

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