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Nosso Povo

De chocolate o amor é feito

Clary Terezinha Bogoni nasceu em Passo Fundo (RS), no dia 19 de janeiro de 1950. A menina, que na infância amava cantar e andar de bicicleta, desde cedo trabalhou com o pai em Restaurante. “Já casada meu esposo Ivo Bogoni, que na época era caminhoneiro, após o nascimento do nosso primeiro filho, decidimos abrir o Restaurante Pantera Lanches, exatamente onde hoje é a Fraje. Tivemos três filhos: Jean, Dyego e Franciele”, comenta.

A área gastronômica já estava no sangue, mas o chocolate entrou na vida de Clary por acaso. “No ano de 1995 resolvi fazer chocolate para a família, já que precisava de bastantes ovos. Meu filho Jean adorou a ideia e saiu na lanchonete, mostrando os chocolates que eu havia produzido. O pessoal ficou encantado e todos queriam adquirir os ovos, o que me deixou muito feliz e entusiasmada. No ano seguinte, resolvi, juntamente com minha família, fazer ovos para vender e aí todos entraram na dança. Eu fabricava junto com meu filho Dyego, na época era bem artesanal, sem peso, sem nada, íamos a rumo fazendo sempre nosso melhor. A Franci embalava e o Jean e o Ivo vendiam no Restaurante, para amigos e conhecidos. Nossa produção era no quarto dos meninos, que era desmontado para esse momento. Lembro bem que ficávamos fabricando e embalando até a madrugada, tudo ao som de Martinho da Vila (rs), cantando e trabalhando. Sempre usamos chocolates Garoto, prezando pela qualidade e memória gustativa dos nossos clientes”, recorda.

A doceira conta que existem muitos clientes que se mantém fieis desde o começo até hoje. “Muito nos alegra quando eles dizem que não existe sabor como esse, que lembra a infância. E cada dia mais nos realizamos neste ofício”, destaca.

Alguns clientes permaneceram os mesmos, mas o boca a boca fez a demanda crescer. “Hoje tudo mudou, temos um espaço próprio para a fabricação e tenho uma equipe profissional que me ajuda nesta época, vendedoras externas, além de nos prepararmos com muitos meses de antecedência. O que começou de brincadeira, hoje virou realidade e sou feliz por isso”, afirma Clary, orgulhosa.

Segundo ela, não pretende parar logo. “Até quando eu conseguir, farei a Páscoa mais doce, com carinho e muito zelo. Escolho tudo minuciosamente e nem a embalagem quero que saia com um amassadinho, porque amo muito o que faço”, relata.

Clary relembra ainda que na época que começou muitas outras amigas e confeiteiras se inspiraram e também iniciaram essa caminhada. “É bom saber que a nossa coragem incentiva outras pessoas e transforma a realidade do nosso município. Quero agradecer a você que escolhe nosso chocolate todos os anos, saiba que tem muito mais que chocolate na sua escolha, ela é carregada de amor e abençoada no processo como um todo. Também gostaria de agradecer a minha família, meu esposo Ivo que junto comigo trabalha incansável para que tudo aconteça, aos colaboradores e todas as pessoas que me rodeiam. É trabalhoso e cansativo, mas muito gratificante. E por fim, agradeço ao Jornal Mensageiro pela oportunidade de contar minha história. E que venham muitas Páscoas, com a glória do Senhor”, finaliza aquela que torna a nossa Páscoa mais doce, afinal somos clientes desde o início.

 

Nosso Povo

Por: Ana Cláudia Valério

Mestre em Educação, Especialista em Docência no Ensino Superior e graduada em Comunicação Social – Jornalismo. Tem experiência em Jornalismo nas áreas de Televisão, Assessoria de Comunicação e Jornal Impresso, tendo trabalhado em veículos de comunicação, instituições de ensino superior e campanhas políticas. Hoje é editora do Jornal Mensageiro e coordenadora de Gestão e Memória da Casa da Memória Roberto Antonio Marin, de Medianeira.

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