COLUNA
Mulher extraordinária
“Em 2005, o Waldemar tomou uma decisão que mudou todo o meu comportamento como empresária. Ele decidiu se afastar da gestão da empresa, com a justificativa de que eu deveria assumir todos os departamentos, pois se um dia ele faltasse, eu já estaria preparada para dar continuidade, sem dificuldades. E foi o que aconteceu”, relembra Rita ao falar de sua trajetória como empresária
Texto por Ana Cláudia Valério . Fotos por Arquivo Pessoal . 2 de março de 2023 . 10:50


A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, por meio da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios (CMEG), promove nos dias 31/03 e 01/04 o Prêmio “Mulher Empreendedora”, em Foz do Iguaçu. Com o tema: “Mulheres Extraordinárias… simplesmente Mulher”, o evento premia 22 mulheres, indicadas pelas CMEGs de todo o Paraná. De Medianeira, a empresária homenageada de 2023 será Rita Maria Schierholt, da Publicar Mídia Exterior. Conheça a história dessa mulher extraordinária.
Rita nasceu em 06 de agosto de 1961 no interior de Santa Helena. É a 14ª filha, dentre 12 mulheres e dois homens. “Perdi meu pai aos 12 anos, por isso meu mundo sempre foi feminino. Comecei a trabalhar aos 14 e com 16 me apaixonei pela pessoa que ajudou a me tornar a empresária que sou. Casei-me com o Waldemar aos 19 e aos 23 já tinha minhas duas filhas: Caroline e Iolanda”.
Waldemar já trabalhava em Santa Helena com pinturas, mas informalmente, quando sua irmã Neli e seu cunhado o convidaram para vir para Medianeira e montar a empresa oficialmente, que iniciou suas atividades em 1979. “Mas minha participação começou com o nosso casamento em 1981, quando entrei de sócia na empresa e passei a fazer parte da administração, enquanto o Waldemar cuidava do comercial e da produção”, comenta Rita.
Ela conta que em 2005, o marido tomou uma decisão que mudou todo o seu comportamento como empresária: decidiu se afastar da gestão da empresa, com a justificativa de que Rita deveria assumir todos os departamentos, pois se um dia ele faltasse, ela já estaria preparada para dar continuidade, sem dificuldades. “E foi o que aconteceu: ele ficou nos dando consultorias quando necessitávamos e eu fui me desenvolvendo em todos os setores, passei a ter autonomia do negócio, o que me deu segurança para continuar após o seu falecimento em 01 de abril de 2016. Neste momento houve novamente uma mudança que mexeu com minha estrutura emocional, primeiro pela morte repentina do meu marido e sócio, e depois por ter que aprender a ser sócia das minhas filhas. Esta mudança proporcionou à empresa um processo de amadurecimento, quando passamos a contratar profissionais experientes para atuar em departamentos estratégicos como o comercial, marketing e produção. Compramos sistemas específicos para auxiliar a equipe de vendas e investimos muito em treinamentos para os colaboradores, tanto na parte técnica como para desenvolver lideranças”, relata Rita.
A empresária nunca deixou de se preocupar com o desenvolvimento profissional, mesmo tendo adiado o sonho de fazer faculdade, devido ao casamento e a maternidade precoce, algo que conseguiu realizar aos 47 anos de idade. “Desde o início, aproveitei todas as oportunidades de treinamentos, cursos na área administrativa, financeira, liderança, como também palestras, workshops, que eram ofertados pela Acime e pelo Sebrae. Sempre falo que a Acime foi a mola propulsora no meu desenvolvimento”, conta.
O contato com a Acime acendeu em Rita a chama do associativismo. “De 2011 a 2016 atuei como suplente no Conselho Fiscal. No dia 01 de abril 2016 assumi como vice-presidente, mesmo dia do falecimento do Waldemar, fato que me fez pensar em desistir, pois iniciaria uma nova fase, e foram muitos momentos difíceis. Mas na verdade permanecer na diretoria me ajudou a superar e me trouxe ainda mais desenvolvimento como liderança. Em abril de 2018 fui conduzida à presidência, gestão que deveria ter terminando no dia 31 de março de 2020, mas por necessidade de ajustar o período de gestão com o período contábil, decidi ficar até 31 de dezembro de 2020, enfrentando um ano de pandemia que trouxe desafios jamais esperados”, relembra.
Sobre sua trajetória até aqui, a empresária afirma que o que mais a orgulha é poder dizer que a Publicar é um exemplo de sucesso, pois teve início com pequenos letreiros e hoje tem mais de 400 faces de painéis. “Apesar de estar localizada em uma cidade do interior, a Publicar é reconhecida como umas das melhores do segmento no estado do Paraná”, finaliza.
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