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Nosso Povo

O amor pelas crianças na psicologia infantil

A Coluna Nosso Povo desta semana é com a psicóloga clínica Renata Valiati Cassol. Natural de Cascavel, atua na área desde 2015. Ao falar sobre sua profissão, relembra como surgiu a paixão e seus primeiros passos na psicologia. “Eu sempre gostei muito de livros relacionados à saúde mental, e, quando chegou a hora de escolher a graduação, apostei na Psicologia; pois era algo que faria de maneira prazerosa pelo resto da minha vida. No penúltimo ano da faculdade, começaram os estágios clínicos. Meu primeiro paciente foi uma garotinha de 08 anos. Foi desafiador, mas fui me encantando pela psicoterapia infantil e, durante um ano e meio de estágios, todos os meus pacientes foram crianças. Portanto, ao me formar, já sabia que queria dar continuidade no atendimento às crianças; e assim estou atuando há cinco anos com psicologia clínica infantil”.

Ao explicar sobre o seu trabalho diário, a psicóloga descreve que a psicoterapia infantil é baseada na maneira natural pela qual as crianças aprendem sobre si mesmas e sobre suas relações com o mundo ao seu redor. “Por meio da terapia lúdica (ou ludoterapia), as crianças aprendem a se comunicar com outras crianças e adultos, expressam sentimentos, modificam o comportamento, desenvolvem habilidades sociais e de resolução de problemas; além de aprenderem várias maneiras de se relacionar com o mundo. A Ludoterapia pode ser indicada em casos como dificuldades de aprendizado, hiperatividade, dificuldades de relacionamento, agressividade, ansiedade, depressão, sentimentos de inferioridade e inadequação, ausência de regras e limites, bullying, perturbação do sono, medos e fobias, luto e perdas”, complementou.

Renata também explicou que fatos ou atitudes diárias podem ser percebidas na criança, até os pequenos serem encaminhados para um psicólogo. “O mais comum é os professores notarem o fraco desempenho escolar, alertarem os pais sobre o problema e orientá-los a encaminhar ao profissional. Na clínica, após a anamnese com os responsáveis, é feita avaliação para ‘entender o que está acontecendo’; podendo ser transtorno de aprendizagem ou outros fatores como emocional, comportamental, social, familiar e ambiente escolar. Em seguida, é iniciado o processo de intervenção, sendo desenvolvido um plano de ação especifico para cada caso. No geral, são utilizados recursos, técnicas e materiais lúdicos para desenvolver e estimular o cognitivo, atenção, concentração, memória, percepção e funções executivas (raciocínio, lógica, estratégias, tomada de decisões e resolução de problemas). Esse é o meu trabalho com as crianças na clínica”, detalhou a psicóloga.

E quando a pandemia do coronavírus chegou ao Brasil, acabou influenciando muito no trabalho com os pequenos. “De modo em geral, as crianças estão mais ansiosas devido às preocupações e inseguranças relacionadas à saúde e medo da perda de pessoas que amam. A quebra da rotina escolar também tem causado efeitos negativos. O tempo ocioso, a desorganização nos horários e o excesso de eletrônicos acabam desencadeando irritabilidade, desatenção, agitação e até problemas no sono. A recomendação é estabelecer uma rotina de atividades para estruturar o dia e estimular a autonomia das crianças elogiando como forma de recompensa”, concluiu Renata.

Nosso Povo

Por: Tanner Rafael Gromowski

Formado em Letras português/espanhol pela UDC Medianeira, pós graduado em Língua Portuguesa pela FAG Cascavel, trabalha como repórter e redator desde 2013 no jornal Mensageiro.

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