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Pelo mundo

Juliano em visita ao Egito

Juliano Marcelo Di Gasperin Voos nasceu no dia 17 de novembro de 1981, na cidade de Missal, filho de Crede Gasperin e de João Voos. Possui três irmãos: Juliana, Jovene e Josiane. Foi criado pela bisavó Oliva Milan Gasperin e depois pela avó Bronilda Gasperin, pois foi rejeitado pelos pais. “Tive um infância difícil, além do abandono tenho problema nos olhos: astigmatismo, miopia e olhos flutuantes. A demora em descobrir fez com que eu repetisse várias vezes de ano. E depois de usar os óculos, o problema não terminou, pois a lente era da grossura do dedão, tenho 8.0 graus e 8.5 graus, e por isso eu sofria bullying”, relata ele.

Mas a infância e adolescência de rejeição, sem amigos ou namorada, trouxe uma oportunidade de mudança de vida para Juliano: viajar pelo mundo. “O processo foi muito demorado e complicado até eu conseguir a cidadania europeia, através da genealogia de meus antepassados. Foram anos economizando, trabalhando muito e sem diversão nenhuma”, recorda. Ele complementa lembrando o dia em que conseguiu a negativa de naturalização. “Nunca vou esquecer, essa negativa estava demorando e quando chegou minha avó pegou e me esperou chegar em casa para me dar. Ela sabia o que era, assim como também sabia que eu iria embora. Tenho vontade de chorar só de lembrar desse dia. Eu cheguei e vi ela triste e pedi: ‘Vó o que houve?’ Ela olhou para mim e falou: ‘Nenê chegou a carta que você esperava’. Choramos juntos”, conta.

Com os documentos, era meio caminho andando, pois, segundo Juliano, faltava o dinheiro para a passagem para a Itália. “Não desisti, trabalhei, economizei, pedi emprestado e fomos eu e meu primo Andrey. Ele acabou voltando para Missal e eu fiquei. “Fiz amizades e pequenos trabalhos, mas o dinheiro só dava para pagar o aluguel, passei muita fome e frio, tendo que pegar roupas usadas de pessoas que nunca conheci, como também restos de lanches. Foi na insistência que consegui meu objetivo e dei orgulho para minha avó Bronilda Gasperin, em ter minha cidadania e trabalho”, afirma.

Após os primeiros momentos de dificuldade, o brasileiro conseguiu um bom trabalho de servente de pedreiro e aos poucos foi se firmando. “Primeiro paguei todas minhas contas na época, mandei dinheiro para o Brasil e depois de dois anos voltei para ver meus familiares. Aí retornei à Europa como cidadão italiano e brasileiro e consegui conhecer 20 países europeus, mais alguns africanos e asiáticos. Tive o prazer de entrar nas pirâmides do Egito, voar de balão na Capadócia – Turquia, ir à Oktoberfest na Alemanha e brincar com filhotes de Leão na África do Sul”, salienta Juliano.

Hoje, ele mora em Milão na Itália e já fez um curso de Psicanálise e em breve termina o de Pedagogia. “Em dezembro retorno ao meu amado Brasil, onde quero exercer o trabalho de pedagogo e palestrar sobre a força que devemos ter em nós mesmos e com a família”, destaca.

Juliano finaliza contando que a partir desta semana fará matérias semanais nas redes sociais sobre os países onde esteve, falando das curiosidades, como também daquilo que aprendeu nos âmbitos religioso e pessoal. “Deixo meu agradecimento especial ao Jornal Mensageiro, por essa oportunidade”.

O viajante brincando com filhotes de Leão na África do Sul

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Por: Ana Cláudia Valério

Mestre em Educação, Especialista em Docência no Ensino Superior e graduada em Comunicação Social – Jornalismo. Tem experiência em Jornalismo nas áreas de Televisão, Assessoria de Comunicação e Jornal Impresso, tendo trabalhado em veículos de comunicação, instituições de ensino superior e campanhas políticas. Hoje é editora do Jornal Mensageiro e coordenadora de Gestão e Memória da Casa da Memória Roberto Antonio Marin, de Medianeira.

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