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Nosso Povo

Vida dedicada à servir

A trajetória profissional de Glaci sempre foi no setor público e na área da educação

“No dia a dia trabalhamos com direitos violados, em que crianças e adolescentes são vítimas de várias negligências familiares; famílias desajustadas por vários fatores sociais e muitas outras demandas”, é assim que a Assistente Social, Glaci Carmelita Rugeri, define sua rotina.

Há quase oito anos atuando como conselheira tutelar em Medianeira, Glaci comenta sobre sua luta para a formação e como a graduação em Serviço Social colaborou com a sua atuação diária. “Tinha como meta pessoal concluir minha graduação, consegui no meu segundo mandato de conselheira, foi um sonho realizado. A formação em Serviço Social veio somar com a função que desempenho no Conselho Tutelar, pois o conhecimento que adquiri me possibilita conduzir as mais diversas situações de atendimento, fazendo os encaminhamentos necessários. Nesse sentido, Medianeira está à frente, temos uma rede de proteção estruturada e a cada ano são implantadas ações para melhor assistir essas demandas”, explica.

Glaci nasceu em 30 de novembro de 1963, em Crissiumal (RS). Filha de João Batista Rugeri e Gentila Rosa Rugeri (in memoriam), é a filha mais velha de 12 irmãos, destes três já falecidos. “Viemos do Rio Grande do Sul em busca de uma vida melhor. Chegamos a Serranópolis do Iguaçu, na linha Esquina Represo, quando eu tinha seis anos, lembro da chegada, muito mato, eu não queria ficar. Aqui no Paraná nasceram sete irmãos”, relembra. Aos 22 anos ela casou-se com Eduardo e dessa união nasceram suas duas filhas: Priscila, professora de Educação Física e Patrícia, Técnica de Enfermagem, ambas concursadas e atuando no município de Medianeira. Ela também é avó do Teodoro, de três anos.

Ao lembrar da infância, Glaci fala do aconchego de uma família com muitos irmãos, numa casa de madeira, fogão a lenha, muita história, muito trabalho dos adultos e a participação dos filhos também. “Momentos de fé e orações, histórias da bíblia sagrada. Conversas em noite de luar, sentados no pátio, a mãe contava histórias, cantávamos músicas, não tínhamos televisão, só um radio que o pai ouvia a ‘A Voz do Brasil’, para saber o preço dos porcos, gado e grãos. Nos dias de chuva, nós já adolescentes plantávamos flores para trocar as variedades com as amigas. Em alguns dias, depois do serviço, era feito pipoca com melado, mate doce e debulhávamos amendoim. Na época de safra, meu pai trabalhava a noite com trilhadeira, trilhando os montes de soja, era tudo manual e braçal. Nós filhos ajudávamos tirando as palhas da soja da trilhadeira e costurando as sacas para serem levadas na carroça de bois para armazenar no galpão, até serem vendidas. Depois foram chegando às melhorias e maquinário, as terras eram destocadas com escavadeiras, tratores e máquinas, facilitando a vida dos agricultores. Como éramos em uma turma de irmãos, cada um ajudava em alguma coisa, cada um tinha uma responsabilidade e preferência nos serviços, eu gostava de ajudar a mãe em casa, fazer comida e cuidar dos meus irmãos pequenos. Por ser a mais velha, ajudei a minha mãe a cuidar de todos, lembro bem certinho de cada um, dormia nos pés da cama para ajudar a noite”, recorda emocionada.

A trajetória profissional de Glaci sempre foi no setor público e na área da educação. “Aos 17 anos saí de casa para o Colégio Interno das Freiras, em Flor da Serra, onde estudei dois anos e depois fiquei mais um ano no mesmo colégio em Guarulhos (SP). Ao retornar de São Paulo para Serranópolis do Iguaçu, terminei o Magistério no Colégio Estadual Presidente Kennedy e então iniciei minha profissão de professora. Comecei o curso de Pedagogia em Umuarama, mas acabei novamente retornando a Medianeira, para a Esquina Represo, onde era professora de classe multisseriada. Casada, mudei para Belo Horizonte grávida de seis meses da Priscila. Ao retornar ao Paraná voltei a morar na Esquina Represo, onde havia deixado uma casa que ganhei dos meus pais. Trabalhei em Medianeira na APMI e na Amesfi, e em Serranópolis na Educação de Jovens e Adultos – EJA e na área de Saúde”, finaliza.

 

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Por: Ana Cláudia Valério

Mestre em Educação, Especialista em Docência no Ensino Superior e graduada em Comunicação Social – Jornalismo. Tem experiência em Jornalismo nas áreas de Televisão, Assessoria de Comunicação e Jornal Impresso, tendo trabalhado em veículos de comunicação, instituições de ensino superior e campanhas políticas. Hoje é editora do Jornal Mensageiro e coordenadora de Gestão e Memória da Casa da Memória Roberto Antonio Marin, de Medianeira.

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